Em evento da Esfera, ministro da Justiça diz que combater cibercrimes é prioridade
Anderson Torres e o diretor da Polícia Federal, Marcio Nunes de Oliveira, conversaram com grandes empresários sobre as ações que estão sendo feitas na área de segurança cibernética
Esfera Brasil
Publicado em 14 de julho de 2022 às 13h46.
Última atualização em 14 de julho de 2022 às 14h31.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, e o diretor da Polícia Federal, Marcio Nunes de Oliveira, participaram de um encontropromovido pela Esfera Brasil, nesta quarta (13), em São Paulo, para debater como o poder público e a iniciativa privada podem trabalhar juntos no combate aos crimes cibernéticos. Estavam presentes grandes empresários e Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Em 2021, o Brasil sofreu mais de 88,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, um aumento de mais de 950% em relação a 2020 (8,5 bilhões). No setor bancário, Sidney revelou que nos últimos dois anos as tentativas de fraudes totalizaram R$ 8 bilhões, com os criminosos conseguindo embolsar R$ 2 bilhões.
“Esse montante daria um assalto ao Banco Central por mês”, disse o diretor da Polícia Federal, se referindo ao assalto ocorrido no BC de Fortaleza, em 2005, em que os ladrões conseguiram retirar R$ 164 milhões do cofre.
Para combater esse tipo de crime, o Ministério da Justiça inaugurou há duas semanas a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos (UEICC), fruto de uma parceria público-privada entre a pasta e a Febraban.A unidade promoverá a troca de informações entre a PF e instituições privadas para buscar agir de maneira mais rápida no combate a crimes praticados no ambiente virtual.
Torres afirmou que o combate aos crimes cibernéticos é uma das prioridades do ministério e queesse trabalho conjunto com o setor privado é essencial para encontrar meios de reprimir os cibercrimes. “Não tem um cidadão hoje que vá fazer uma transferência bancária pelo celular e não se preocupe na hora de digitar as senhas de que possa estar sendo hackeado”, afirmou.
Nunes de Oliveira contou que a UEICC receberá em breve um upgrade de equipamentos para fazer a rastreabilidade, graças à ajuda do setor privado. “Quão mais rápido existir parcerias público-privadas as coisas são colocadas de pé”, disse.
O presidente da Qualcomm para a América Latina, Luiz Tonisi, disse que a segurança cibernética é assunto de primeira ordem, ainda mais com a chegada do 5G. Segundo ele, o Brasil terá 1,5 bilhão de “devices” conectados até 2025. Com isso, a maioria das transações hoje feitas pelo celular e pelo computadorpassarão a ser realizadaspor máquinas, o que aumentará os riscos de fraudes.
Alexandre Lima, diretor de infraestrutura de TI e cibersegurança da rede RaiaDrogasil, pediu para que o Ministério da Justiça também concentre esforços no roubo de dados, uma das modalidades de cibercrimes que mais afeta os varejistas.