Cenário de exportações para a China é de alerta, diz CEBC
Conselho Empresarial Brasil-China diz que volume de vendas teve queda de 11,5% no período e foi sustentado pela alta de preço dos produtos vendidos
Esfera Brasil
Publicado em 22 de julho de 2022 às 09h00.
Após adotar a política de Covid-zero, o governo chinês impôs diversas barreiras para compras internacionais. O volume de exportações do Brasil para a China registrou uma queda de 11,5% no primeiro semestre do ano em comparação com o mesmo período de 2021. Os dados são do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e mostram o maior declínio dos últimos 12 anos. Em valores recebidos, as vendas brasileiras para o país mais populoso do mundo cresceram 0,3%, enquanto, no geral, as exportações do Brasil registraram aumento em 20,5%.
Diretor de conteúdo e pesquisa do CEBC, Tulio Cariello destaca que o resultado em valores conseguiu se manter pois, apesar de estar vendendo menos para a China, o Brasil está recebendo mais por conta dos preços mais altos dos produtos. O cenário é de alerta, pois os preços dos produtos podem ter alteração a qualquer momento. “A soja, que representou 43% do total de exportações para a China nesse primeiro semestre do ano, é um produto que tem o valor atrelado a questões ambientais, por exemplo”, diz o diretor, explicando que os três itens mais vendidos para o país asiático nos últimos seis meses foram soja, minério de ferro e petróleo, respectivamente.
A relação entre os dois países é de grande relevância, uma vez que a China é um dos países que mais compram com o Brasil. Cariello afirma que há previsão de que as exportações para os chineses ainda tenham queda nos próximos meses, já que a expectativa é que a política Covid-zero permaneça até, pelo menos, outubro. “É uma questão especifica com a China, por conta dessa política adotada pelo governo. Para outros países, como Estados Unidos e Argentina, por exemplo, as exportações registraram mais de 30% de aumento”, avalia.
Na análise de importações vindas da China para o território brasileiro durante o primeiro semestre do ano, o CEBC afirma que houve um aumento de 30%, número muito próximo ao crescimento das importações do Brasil em geral, que foi de 31%. Somente em fertilizantes, houve aumento de 212% no volume de compras.