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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.
Base de exportações de caminhões e ônibus Volkswagen para todo o mundo, a unidade brasileira da montadora alemã já começou a sentir os efeitos da guerra. A Arábia Saudita é o segundo maior mercado da fábrica da Volks (o primeiro é o Chile). Em 2001, a unidade brasileira fechou um contrato de venda de 700 ônibus, somando um total de 62 milhões de dólares.
Até agora foram entregues 311 unidades, e a previsão era de que o restante seria entregue até 2004. Estamos tentando antecipar a entrega dos 200 ônibus previstos para 2004 por causa das incertezas , afirma Antonio Roberto Cortes, vice-presidente mundial da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Uma das razões para a antecipação é escapar de um possível aumento de custos. De acordo com o executivo, os gastos com logística e seguro devem aumentar entre 10% e 15%.
Outro termômetro indica que os negócios na região ficaram mais complicados. Segundo Cortes, as negociações que estavam em andamento em alguns países árabes agora estão paradas. A principal delas é uma encomenda da 1000 ônibus para a Arábia Saudita.
A cotação foi feita em janeiro e inicialmente imaginávamos que em dois meses o negócio estaria fechado. Mas já fomos avisados de que vai demorar bem mais que isso , diz Cortes. Por conta do desaquecimento, a Volks suspendeu temporariamente o plano de abrir um escritório de representação comercial em Dubai. Já tínhamos até escolhido quem seria o responsável pelo escritório, mas agora esse plano está suspenso até o segundo semestre.
A área de automóveis da Volkswagen também se ressente com o embargo econômico iraquiano. Desde 1985, a empresa vendeu para o país cerca de 180 mil carros modelo Passat em troca de petróleo. Desse total, 100 mil ainda circulam por lá. Por causa do embargo, a empresa deixou de vender peças de reposição para o governo iraquiano. Isto é, deixou de lucrar. A VW acredita que o prejuízo com essa operação foi muito alto. Se fosse vender, a negociação teria de ser feita pela ONU, o que inviabilizou a operação. Agora, a empresa espera que, com um eventual fim do embargo, possa retomar negociações com o país.
Colaborou Nely Caixeta