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Venezuela está disposta a revisar controle cambial por crise

O controle cambial existe na Venezuela desde 2003, o que deixa nas mãos do Estado a compra e a venda exclusiva de dólares

Venezuela: no país existem três taxas de câmbio, a mais baixa de 6,30 bolívares por dólar, usada na importação de produtos básicos e essenciais (Carlos Garcia Rawlins / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 13h10.

Caracas - O vice-presidente da Venezuela , Luis Salas, informou nesta sexta-feira que o governo está disposto a revisar "o tema cambial " para enfrentar a crise econômica no país e que obrigou o executivo a declarar estado de emergência nacional, o que ainda depende da aprovação do parlamento.

"Estamos dispostos a revisar o tema cambial, mas dentro do entendimento de que toda decisão sempre estará dirigida a favorecer a maioria da população e criar as condições para ter uma economia produtiva", disse Salas em um entrevista divulgada hoje pelo jornal "Últimas Notícias".

O controle cambial existe na Venezuela desde 2003, o que deixa nas mãos do Estado a compra e a venda exclusiva de dólares, mecanismo que só teve uma alteração, em fevereiro de 2015, que permitiu aos venezuelanos pela primeira vez em mais de uma década ter acesso à moeda americana de forma livre, mas muito limitada.

No país existem três taxas de câmbio, a mais baixa de 6,30 bolívares por dólar, usada na importação de produtos básicos e essenciais.

A segunda é de 12 bolívares, para os outros setores e viagens ao estrangeiro, e a terceira funciona no mecanismo de compra e venda livre Simadi, que está em 200 bolívares por dólar.

Além disso, existe uma quarta taxa de câmbio, o mercado paralelo, ilegal, em que a moeda venezuelana é cotada até 130 vezes acima da taxa oficial mais baixa, alcançando 819 bolívares.

A Venezuela atravessa uma profunda crise econômica, com uma inflação anualizada até setembro de 141,5%, a maior de toda sua história, e uma contração de 4,5% do PIB, revelou o Banco Central da Venezuela (BCV) na sexta-feira.

O país também sofre com graves problemas de escassez e desabastecimento, pelos quais o presidente Nicolás Maduro, responsabiliza à "guerra econômica" contra ele, que seria movida pelo empresariado e pela oposição com a intenção de derrubá-lo.

Mas Salas assegurou que desde sua chegada ao vice-ministério de Economia Produtiva estão trabalhando "nas distorções que se produzem nas cadeias de distribuição" para atenuar o desabastecimento, que se deve "a um tema especulativo de preços".

Para ele, que integra o Conselho Nacional de Economia Produtiva - instância multilateral criada pelo executivo para abordar a crise, o país está "enfrentado dois processos especulativos paralelos".

Um, disse, "tem a ver com a especulação de preços, e o outro com uma especulação de ordem ideológica midiática muito grande".

Sobre a aprovação do decreto de emergência pelo Legislativo, que domina a oposição, afirmou que não pode se adiantar a temas que não são de sua competência, mas reiterou que o governo está disposto a receber "qualquer observação, sempre e quando for construtiva".

"Nós vamos continuar fazendo o que estamos fazendo como governo eleito pelo povo", ressaltou.

O decreto de emergência econômica vigorará por 60 dias, prorrogáveis por mais 60 pelo parlamento, que dispõe desde a última sexta de oito dias para avaliá-lo.

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Caracas - O vice-presidente da Venezuela , Luis Salas, informou nesta sexta-feira que o governo está disposto a revisar "o tema cambial " para enfrentar a crise econômica no país e que obrigou o executivo a declarar estado de emergência nacional, o que ainda depende da aprovação do parlamento.

"Estamos dispostos a revisar o tema cambial, mas dentro do entendimento de que toda decisão sempre estará dirigida a favorecer a maioria da população e criar as condições para ter uma economia produtiva", disse Salas em um entrevista divulgada hoje pelo jornal "Últimas Notícias".

O controle cambial existe na Venezuela desde 2003, o que deixa nas mãos do Estado a compra e a venda exclusiva de dólares, mecanismo que só teve uma alteração, em fevereiro de 2015, que permitiu aos venezuelanos pela primeira vez em mais de uma década ter acesso à moeda americana de forma livre, mas muito limitada.

No país existem três taxas de câmbio, a mais baixa de 6,30 bolívares por dólar, usada na importação de produtos básicos e essenciais.

A segunda é de 12 bolívares, para os outros setores e viagens ao estrangeiro, e a terceira funciona no mecanismo de compra e venda livre Simadi, que está em 200 bolívares por dólar.

Além disso, existe uma quarta taxa de câmbio, o mercado paralelo, ilegal, em que a moeda venezuelana é cotada até 130 vezes acima da taxa oficial mais baixa, alcançando 819 bolívares.

A Venezuela atravessa uma profunda crise econômica, com uma inflação anualizada até setembro de 141,5%, a maior de toda sua história, e uma contração de 4,5% do PIB, revelou o Banco Central da Venezuela (BCV) na sexta-feira.

O país também sofre com graves problemas de escassez e desabastecimento, pelos quais o presidente Nicolás Maduro, responsabiliza à "guerra econômica" contra ele, que seria movida pelo empresariado e pela oposição com a intenção de derrubá-lo.

Mas Salas assegurou que desde sua chegada ao vice-ministério de Economia Produtiva estão trabalhando "nas distorções que se produzem nas cadeias de distribuição" para atenuar o desabastecimento, que se deve "a um tema especulativo de preços".

Para ele, que integra o Conselho Nacional de Economia Produtiva - instância multilateral criada pelo executivo para abordar a crise, o país está "enfrentado dois processos especulativos paralelos".

Um, disse, "tem a ver com a especulação de preços, e o outro com uma especulação de ordem ideológica midiática muito grande".

Sobre a aprovação do decreto de emergência pelo Legislativo, que domina a oposição, afirmou que não pode se adiantar a temas que não são de sua competência, mas reiterou que o governo está disposto a receber "qualquer observação, sempre e quando for construtiva".

"Nós vamos continuar fazendo o que estamos fazendo como governo eleito pelo povo", ressaltou.

O decreto de emergência econômica vigorará por 60 dias, prorrogáveis por mais 60 pelo parlamento, que dispõe desde a última sexta de oito dias para avaliá-lo.

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