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Vendas de carros não reagem e repetem resultado de maio

Volatilidade do câmbio, novas baixas para o crescimento do PIB e incertezas com o quadro eleitoral causam queda no nível de confiança do consumidor

Venda de automóveis: em relação a junho do ano passado houve alta de 3,6% nas vendas (Gudella/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de julho de 2018 às 10h37.

Última atualização em 3 de julho de 2018 às 10h40.

São Paulo - Após a queda registrada em maio, em razão da greve dos caminhoneiros, o mercado de carros novos não reagiu em junho e praticamente repetiu os resultados do mês anterior, com 202 mil unidades vendidas, incluindo caminhões e ônibus. Em maio, foram 201,9 mil unidades.

Em relação a junho do ano passado houve alta de 3,6% nas vendas. Já as vendas de janeiro a junho em relação a igual período de 2017 tiveram o menor porcentual de crescimento no ano, de 14,5%, com 1,16 milhão de veículos. Em maio, a alta acumulada estava em 17% e, em abril, em 21%. Ainda assim, foi o melhor primeiro semestre desde 2015.

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Para executivos do setor, a queda no nível de confiança dos consumidores - que se intensificou após a greve -, somou-se à maior volatilidade do câmbio, novas baixas para o crescimento do PIB e a manutenção de incertezas com o quadro eleitoral.

Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, dono revendas e importador da marca JAC Motors, concorda que a fraca performance de junho teve diversas causas, sendo a principal delas a queda de confiança do consumidor. "Houve vários motivos para isso: consequências da própria greve, alta do dólar, queda da Bolsa e indefinição do processo eleitoral", avalia ele, lembrando ainda que mês de Copa também atrapalha o mercado.

Habib aposta em aumento de 8% nas vendas de automóveis e comerciais leves este ano ante 2017, enquanto a Associação acional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta 11,3% para esse segmento e 11,7% para o mercado total. A entidade esperava rever essa projeção para cima neste mês, mas executivos do setor acham que seria melhor esperar.

Reajustes

"Perdemos o Reintegra (programa de incentivo à exportação) e o câmbio está nos matando, pois é um custo direto e o mercado não está disposto a aceitar repasse integral aos preços", diz um executivo. Nos últimos dias ocorreram anúncios de reajustes em alguns modelos, mas não de toda a linha.

Outra preocupação é com o aumento de vendas diretas (feitas pelas montadoras para frotistas e locadoras, com elevados descontos). A participação desse tipo de negócio pode ter sido recorde no mês, acima de 42%. Pelo menos para três marcas as vendas diretas responderam por mais de 60% dos negócios.

Em junho, a GM respondeu por 16% das vendas de automóveis, seguida por Volkswagen (14,3%), Fiat (13,6%), Renault (9,8%) e Ford (9,2%).

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