Brasília -Nem todos os comerciantes da capital federal estão satisfeitos com as vendas de artigos relacionados à Copa do Mundo , nos primeiros dez dias do Mundial.
Enquanto as vendas dobraram em lojas de materiais esportivos, comerciantes da Rodoviária do Plano Piloto dizem que venderam bem menos que o esperado.
“Desde que a Copa começou, o movimento aumentou muito, posso dizer até que dobrou. O número de mulheres procurando a camisa oficial do Brasil foi surpreendente, o estoque está acabando”, contou Celiana Alves, vendedora de uma loja especializada em artigos do Botafogo, que investiu em produtos oficiais da seleção brasileira.
Celiana diz que percebeu muito movimento de turista, e nos dias de jogos da seleção as vendas aumentam ainda mais.
Até a loja do Corinthians, que não vende artigos da seleção brasileira, percebeu um aumento de 100% nas vendas das camisas do time.
“O Corinthians lançou a camisa oficial amarela, então os torcedores estão aproveitando para torcer pelo Brasil com a camisa do seu time”, avaliou a vendedora Rai Rodrigues.
Vizinha das lojas do Botafogo e do Corinthians, a loja de confecções que investiu na moda em verde e amarelo não teve a mesma sorte.
“Desde o começo da Copa as vendas estão muito baixas, despencaram. Estamos torcendo para o Brasil vencer hoje. Se não, a gente vai colocar tudo em liquidação”, disse a vendedora Vânia da Silva.
O comércio popular da Rodoviária do Plano Piloto também não percebeu aumento nas vendas com o Mundial.
“Estamos vendendo 20% do esperado. Tá muito ruim”, disse Francisco de Assis, que vende camisas semelhantes à da seleção por preços que variam entre R$ 15 e R$ 50.
“O povo só compra cornetinha e bandeirinha, que custam no máximo R$ 3”, acrescentou.
Nas entradas das quadras residenciais, onde há ambulantes vendendo camisas e bandeiras, o movimento também está fraco.
“No começo da Copa aumentou um pouquinho, mas agora tá quase parando. Tô botando fé que hoje, com o jogo do Brasil em Brasília, as vendas aumentem”, disse a ambulante Juliana dos Santos, que vende réplicas das camisas oficiais da seleção por R$ 40.
A bancária mineira Elaine Dias, que vai assistir ao jogo entre Brasil e Camarões no Estádio Nacional de Brasília/Mané Garrincha, deixou para comprar a camisa da seleção na última hora, antes do jogo.
“Como todo brasileiro, deixei para a última hora, mas não vou deixar de ver o jogo com a camisa da seleção”, contou Elaine.
- 1. Copa!
1 /8(Alexandre Loureiro/Getty Images for adidas)
São Paulo – Daqui pouco menos de um mês, um dos eventos mais esperados do mundo irá começar: a
Copa do Mundo no Brasil.
Empreendedores e pequenos empresários podem aproveitar o período do evento para faturar mais. De acordo com o Sebrae, as micro e
pequenas empresas devem faturar 500 milhões de reais com a Copa. Para Mark Paladino, sócio do Instituto Aquila, consultoria em gestão avançada, é um pouco tarde, mas ainda dá tempo de planejar uma ação para o evento. “As empresas podem direcionar sua estratégia para absorver os turistas que estarão na cidade. Criar alguns eventos festivos de celebração, antes ou durante dos jogos”, explica. A recomendação para quem já se preparou e tem muita expectativa para faturar durante o próximo mês é clara: não deixe de monitorar. “Tem que ter uma gestão eficiente, acompanhar os resultados e observar a performance diariamente”, ensina Paladino. Veja seis exemplos de empresas de setores diversos que estão prontas para a Copa do Mundo no Brasil.
- 2. Terraço Itália
2 /8(Divulgação/Terraço Itália)
Um dos principais pontos turísticos do centro de São Paulo, o Terraço Itália atrai pela sua história e pela possibilidade de ver a capital do alto. André Marques, gerente geral do Terraço Itália, conta que o espaço recebe muitos eventos corporativos e que algumas empresas vão aproveitar a Copa para relacionar-se com seus clientes. Assim surgiu a ideia de um camarote para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Bar do Terraço Itália. Cada ingresso custa 151 reais e dá direito a alguns petiscos. O local preparou ainda coquetéis inspirados em países do mundial. De acordo com Marques, a preparação para o evento inclui um reforço da equipe nos horários dos jogos e a instalação de telões e uma sonorização adequada. Até agora, o jogo que tem mais reservas é o do dia 23 de junho, entre Holanda e Chile. A expectativa é faturar 25% mais.
- 3. Pub Crawl São Paulo
3 /8(Divulgação/Pub Crawl São Paulo)
Os horários em que serão transmitidos os jogos da Copa do Mundo não serão o foco da estratégia do Pub Crawl São Paulo, que oferece tours gastronômicos e em baladas pela cidade. “Vamos focar na torcida”, resume Kyu Bill, um dos cinco sócios da empresa. “A cidade é a principal porta de entrada de turistas e é uma cidade sede. Vai ter um clima festivo, movimentação, e esse clima vai se estender fora dos jogos”, conta. A equipe dobrou, passando a 40 pessoas e, desde ano passado, a marca tem diversificado seus produtos. Os tours variam de 20 a 95 reais por pessoa. O faturamento esperado até o final do ano é de 1 milhão de reais, o dobro do ano passado. Hoje, a empresa trabalha com até sete eventos semanais. Bill explica que a alta temporada da empresa coincide com os meses do mundial. O Pub Crawl São Paulo espera atender, em média, cinco mil pessoas nesse período.
- 4. Vuvuzela do Brasil
4 /8(Divulgação/Vuvuzela do Brasil)
O e-commerce Vuvuzla do Brasil começou suas operações no ano passado e a ideia de criar o negócio surgiu quando Eduardo Sani, consultor de marketing digital, estava preparando uma apresentação. “Ninguém vendia vuvuzela ainda no mercado e vi que o volume de pesquisas ainda era alto. Pesquisei e vi que não tinha nenhum site do tipo”, resume. Ele se uniu ao empreendedor Vinícius Prado Ramos e investiu 20 mil reais. A Copa das Confederações foi o teste da empresa e eles venderam 1,4 mil vuvuzelas. A estratégia da dupla é de investir em mídia online e anúncios no Google e Facebook. Além disso, a marca fez uma parceria com lojas físicas em São Paulo para vender produtos por consignação. No site é possível comprar não só vuvuzelas, mas também camisetas, perucas e cornetas. A maior demanda vem de empresas que estão comprando os produtos para ações de marketing. Nos próximos três meses, a expectativa é de faturar 180 mil reais. Mesmo após a Copa, o site estará no ar, pois os empreendedores querem aproveitar as Olimpíadas de 2016.
- 5. Lush Motel
5 /8(Divulgação/Lush Motel)
Com a possível falta de hospedagem, o Lush Motel criou um formato especial para turistas, com cobrança por diária. Felipe Martinez, diretor de marketing da empresa, explica que o objetivo não é disputar com os hotéis, pois algumas regras do motel serão mantidas, como a proibição do acesso a menores de idade. “É voltado casais que buscam hospedagem, mas com um pouco de privacidade”, explica. O valor de uma diária varia de 360 reais a 1,5 mil reais, com café da manhã incluso. Até agora, foram confirmadas 37 reservas de estrangeiros. Durante a Copa, a fachada do motel será iluminada nas cores verde e amarelo e os chinelos também terão com o tema do evento. Além disso, a marca investiu em uma versão do site em inglês e contratou um professor de inglês para treinar a equipe. O investimento foi de 50 mil reais e a expectativa da empresa é que o faturamento cresça 10% em junho.
- 6. Amazonas Brands
6 /8(Divulgação/Amazonas Brands)
A Amazonas Brands faz parte do Grupo Amazonas e firmou a parceria com a FIFA para desenvolver as sandálias oficiais da Copa do Mundo. A marca tem um mix de 39 chinelos especiais para o evento. Os modelos são inspirados no mascote oficial, o Fuleco, nas bandeiras de algumas seleções que participarão do mundial, na taça e nas cidades sedes como o Rio. A expectativa de vendas é de 1 milhão de pares e o aumento de produção foi de 28%. Os chinelos podem ser encontrados nas lojas oficiais da FIFA e os preços partem de 29,90 reais.
- 7. Seven Idiomas
7 /8(Divulgação/Seven Idiomas)
Fundada em 1987, a Seven Idiomas é especializada no ensino do inglês e espanhol. Em 2012, a marca desenvolveu um curso pensando nos eventos como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olímpiadas. De acordo com o CEO da empresa, Steven Beggs, as aulas foram pensadas para que os alunos aprendessem estruturas essenciais para se comunicar com turistas e situações que cada tipo de profissional terá que vivenciar. A empresa treinou cerca de 500 pessoas, como os funcionários do Airport Bus Service. A carga horária do treinamento é de 100 horas e o curso custa, em média, 2 mil reais por aluno. A abordagem das aulas depende das necessidades da empresa contratante.
- 8. Agora, veja mais sobre empreendedorismo
8 /8(Buda Mendes/Getty Images)