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Venda de aço plano fica abaixo do esperado em março, diz Inda

Distribuidores venderam 262,9 mil toneladas de aço plano no mês passado, alta de 1,2% sobre fevereiro e crescimento de 3,4% na comparação anual

Aço: volume de aço plano vendido por distribuidores do Brasil em março ficou abaixo do esperado (Jean-Paul Pelissier/Reuters)
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Reuters

Publicado em 24 de abril de 2018 às 14h27.

São Paulo - O volume de aço plano vendido por distribuidores do Brasil em março ficou abaixo do esperado, motivando a entidade que representa o setor, Inda, a iniciar estudos para rever para baixo suas projeções para todo o ano.

Os distribuidores venderam 262,9 mil toneladas de aço plano no mês passado, alta de 1,2 por cento sobre fevereiro e crescimento de 3,4 por cento na comparação anual, segundo dados do Instituto Nacional de Distribuidoras de Aço divulgados nesta terça-feira.

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"O crescimento de janeiro e fevereiro indicava uma retomada mais forte. Vai ser difícil ter crescimento de dois dígitos este ano, se chegar a um dígito alto vai ser bom", disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro, a jornalistas. "Tem muita insegurança política. O investimento é o que puxa o consumo de aço e é difícil ter investimento com insegurança na política", acrescentou.

Nos primeiros três meses do ano, as vendas cresceram quase 14 por cento sobre o mesmo período do ano passado, para 806,5 mil toneladas. Com exceção de chapa grossa, normalmente usada em grandes projetos de infraestrutura, todos os produtos importantes tiveram crescimento nas vendas do trimestre sobre um ano antes.

Segundo Loureiro, a recuperação da economia "não acabou o gás, mas perdeu velocidade. Estamos sentindo essa mensagem. Vamos ver se isso se confirma mesmo mais adiante".

O Inda iniciou o ano com expectativa de crescimento de 10 a 12 por cento nas vendas em 2018, mas Loureiro comentou que a entidade vai rever o número em junho, para uma expansão em torno de 5 a 7 por cento.

Por enquanto, a demanda por aço plano no Brasil tem sido impulsionada pelo setor automotivo, cuja produção subiu 14,6 por cento no primeiro trimestre, para 700 mil unidades.

Os estoques acumulados no final do trimestre pelos distribuidores eram de 887,3 mil toneladas, alta de 2,4 por cento na comparação com fevereiro. A expectativa do Inda é que o volume suba para 906 mil toneladas neste mês, em que as vendas devem recuar cerca de 10 por cento sobre março.

Loureiro comentou que apesar de haver espaço para aumento de preços de aço no Brasil, as usinas, como CSN, Usiminas e ArcelorMittal, estão em uma intensa disputa por participação de mercado, o que reduz as possibilidades de reajuste.

Na semana passada, o presidente da Usiminas, Sergio Leite, comentou a analistas que a empresa pretende elevar preços do aço vendido aos distribuidores em junho, seguindo anúncio semelhante da CSN dias antes, mas afirmou que o espaço para esse reajuste seria de 5 por cento.

"Teve muita coisa (reajustes de preço de aço) anunciada que ficou para trás (não foi implementado)... A disputa das usinas é questão de excesso de oferta. A disciplina entre as usinas está muito tênue. O único jeito de um pegar mercado do outro é baixando preço", disse Loureiro.

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