EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.
Em julho, as vendas do comércio varejista do país continuaram em queda pelo oitavo mês seguido. A taxa de julho foi de -4,36% em relação a julho de 2002. A queda acumulada em 2003 é de -5,42%. Nos últimos 12 meses, o acumulado está em -3,47%. Pelo relatório divulgado nesta segunda-feira (15/9) pelo IBGE, há redução no ritmo de queda pelo segundo mês consecutivo na Pesquisa Mensal do Comércio.
A receita nominal de vendas permanece com resultados positivos, porém teve crescimentos menores nos últimos dois meses. Em julho, ficou em 14,14%. No acumulado em 2003, a variação é de 15,04% sobre o mesmo período de 2002. O acumulado dos últimos 12 meses é de 12,60%.
Este é o quinto mês consecutivo em que há queda generalizada, em todas as atividades pesquisadas do comércio. O maior impacto negativo foi mais uma vez da atividade de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,46%). Em seguida, vieram Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-3,83%), Tecidos, vestuário e calçados (-6,20%), Combustíveis e lubrificantes (-2,43%) e Móveis e eletrodomésticos (-1,01%). Veículos, motos, partes e peças ficou com taxa de -10,90% e Hipermercados e supermercados, com -5,41%.
O ramo de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, apesar de apresentar queda (-5,46%), teve pequena melhora em relação aos -8,61% de junho. Uma explicação possível é a estabilização de preços dos produtos da cesta básica. A taxa acumulada no ano, de -6,51%, também aponta leve redução do ritmo de queda. Já a dos últimos 12 meses ficou mais negativa que no mês passado (-5,05%).
Considerando apenas o ramo específico de Hipermercados e supermercados, que responde por cerca de 75% da receita do grupo e vem determinando o comportamento da atividade, as quedas são de 5,41% com relação a julho do ano anterior, -6,00% no acumulado do ano e -4,53% no acumulado dos últimos 12 meses.
No ramo de Demais artigos de uso pessoal e doméstico, que teve o segundo maior impacto na taxa global, a queda em julho (-3,83%) foi mais intensa que a do mês anterior (-2,07%). Em conseqüência, ampliaram-se as quedas nos indicadores acumulados do segmento: -2,45% no acumulado do ano e -1,71% no acumulado de 12 meses.
Outra atividade com aumento no ritmo de queda, em julho, foi Tecidos, vestuário e calçados, a de terceiro maior impacto na taxa global. A atividade teve taxa de -4,61% em junho e passou para -6,20% em julho. Tal comportamento agravou os índices acumulados, que ficaram em -3,85% no acumulado do ano e -1,88% nos últimos 12 meses.
A atividade de Combustíveis e lubrificantes contribuiu com o quarto maior impacto na formação da taxa global do varejo. A queda de julho (-2,43%), apesar de mais acentuada que a de junho (-1,31%), ainda manteve o indicador acumulado no ano em redução do ritmo de queda (-4,44%). Porém, tornou o acumulado nos últimos 12 meses (0,70%) inferior ao de junho (1,54%).
O segmento de Móveis e eletrodomésticos registrou o melhor desempenho relativo em julho, com -1,01%. Este resultado, significativamente melhor que os de maio (-10,70%) e de junho (-4,87%), deve ser considerado reflexo da política de redução dos juros, cujos efeitos passam a ser sentidos inicialmente no conjunto de bens duráveis de menor valor unitário, como é o caso dos eletrodomésticos. Tal comportamento, no entanto, influenciou pouco o desempenho acumulado da atividade, que continua sendo o destaque negativo do varejo nacional, com retrações de 9,08% no acumulado no ano e 6,18% nos últimos 12 meses.
Os efeitos da redução nas taxas de juros, no entanto, ainda não são evidentes nos resultados do segmento de revenda de Veículos, motos, partes e peças, que registrou queda maior em julho (-10,90%) do que em junho (-4,48%). A recuperação das vendas de automóveis, que respondem pela maior parcela de receita da atividade, necessariamente requer, além de melhores condições de financiamento, uma conjuntura mais favorável de emprego e renda.
Entre os estados, 22 dos 27 apresentaram retração em julho. O resultado foi levemente melhor que em maio e junho, quando 24 estados obtiveram desempenho negativo no setor.
As quedas de vendas em São Paulo (-4,38%) e Rio de Janeiro (-7,09%) explicam 63% da queda nacional do comércio, já que os dois estados são os de maior participação na receita nacional do setor. Adicionando-se as contribuições das taxas de Minas Gerais (-3,77%), Rio Grande do Sul (-3,69%) e Pernambuco (-9,34%) chega-se a 80% da queda nacional.
Os cinco estados com crescimento no volume de vendas foram Rondônia (5,05%); Mato Grosso do Sul (3,14%); Goiás (2,47%); Amapá (2,24%); e Paraná (0,54%).
BRASIL - Indicadores de desempenho do comércio varejista, segundo grupos de atividades PMC | ||||||||||||
ATIVIDADES | VOLUME DE VENDAS | RECEITA NOMINAL DE VENDAS | ||||||||||
ÍNDICADOR MENSAL | ACUMULADO | ÍNDICADOR MENSAL | ACUMULADO | |||||||||
Taxa de Variação | Comp.da taxa | Taxa de Variação | Taxa de Variação | Comp.da taxa | Taxa de Variação | |||||||
MAI | JUN | JUL | NO ANO | 12 MESES | MAI | JUN | JUL | NO ANO | 12 MESES | |||
COMÉRCIO VAREJISTA* | -6,27 | -5,59 | -4,36 | -4,36 | -5,42 | -3,47 | 15,25 | 14,68 | 14,14 | 14,14 | 15,04 | 12,60 |
1 - Combust. e lubrif. | -2,12 | -1,31 | -2,43 | -0,31 | -4,44 | 0,70 | 27,29 | 20,39 | 12,46 | 1,59 | 26,80 | 21,33 |
2 - Hiper, super, prods. alim., bebidas e fumo | -6,65 | -8,61 | -5,46 | -2,51 | -6,51 | -5,05 | 18,92 | 15,93 | 17,91 | 8,22 | 16,59 | 13,47 |
2.1 - Super e hiper | -6,10 | -8,38 | -5,41 | - | -6,00 | -4,53 | 19,64 | 16,23 | 17,96 | - | 17,23 | 14,11 |
3 - Tecidos, vest. e calç. | -11,33 | -4,61 | -6,20 | -0,62 | -3,85 | -1,88 | -1,69 | 6,03 | 3,94 | 0,39 | 6,07 | 7,04 |
4 - Móveis e eletrod. | -10,70 | -4,87 | -1,01 | -0,10 | -9,08 | -6,18 | 4,93 | 11,87 | 15,54 | 1,55 | 6,21 | 7,00 |
5 - Demais arts.de uso pessoal e doméstico | -2,97 | -2,07 | -3,83 | -0,82 | -2,45 | -1,71 | 13,46 | 13,86 | 11,12 | 2,38 | 12,46 | 10,68 |
6 - Veíc., motos, partes.. | -11,90 | -4,48 | -10,90 | - | -11,55 | -10,82 | -6,38 | 2,05 | -4,09 | - | -6,15 | -6,81 |
Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio - IBGE |