Economia

UE pede que Grécia fique no euro mas se prepara para eventual saída

Depois de quase seis horas de diálogo durante um jantar informal, líderes disseram que estavam comprometidos com a permanência da Grécia na zona do euro

A operação era esperada devido à recente redução pela S&P da nota de nove países da zona do euro, que foi seguida pelo rebaixamento da nota do próprio FEEF (Boris Roessler/AFP)

A operação era esperada devido à recente redução pela S&P da nota de nove países da zona do euro, que foi seguida pelo rebaixamento da nota do próprio FEEF (Boris Roessler/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 22h16.

São Paulo - Líderes da União Europeia, aconselhados por assessores a preparar planos de contingência em caso de a Grécia decidir abandonar a zona do euro, instaram o país a manter os planos de austeridade e completar as reformas exigidas pelo programa de resgate internacional.

Depois de quase seis horas de diálogo durante um jantar informal, líderes disseram que estavam comprometidos com a permanência da Grécia na zona do euro, mas que o país tem de manter a sua parte no acordo, um compromisso que custará caro para os gregos.

"Queremos que a Grécia fique na zona do euro, mas insistimos que a Grécia se apegue aos compromissos acordados", disse a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a jornalistas, depois de uma reunião informal de líderes da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica.

Três autoridades disseram à Reuters que as instruções para ter um plano na manga se a Grécia deixar o euro já foi acordado na segunda-feira durante uma teleconferência do Grupo de Trabalho do Eurogrupo, formado por especialistas que trabalham para os ministros das Finanças da zona do euro.

O ministro das Finanças grego negou que havia tal acordo, mas o ministro belga, Steven Vanackere, disse: "Todos os planos de contingência (para a Grécia) voltam para a mesma coisa: ser responsável como um governo é para prever até mesmo o que você espera evitar."

Um documento visto pela Reuters detalhou os custos potenciais para Estados membros individuais com uma eventual saída da Grécia e indicou que se isso acontecer, um "divórcio amigável" deve ser buscado com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI).


Em sua primeira cúpula da UE, o presidente da França, François Hollande, propôs a emissão de eurobônus como uma próxima medida de integração econômica na União Europeia, apesar da consistente oposição alemã à ideia. "Eu não estava sozinho na defesa dos eurobônus", disse.

A chanceler alemã, Angela Merkel, não mostrou sinais de que retirará suas objeções à proposta que, segundo ela, poderá apenas ser discutida quando houver mais união fiscal na Europa.

Holanda, Finlândia e outros membros menores da zona do euro apoiam Merkel.

Nenhuma grande decisão foi tomada na cúpula desta quarta-feira, que tinha o objetivo de promover ideias para gerar empregos e crescimento. Haverá outro encontro no fim de junho.

Mas o debate foi intenso, não apenas sobre o eurobônus, mas sobre como resgatar bancos e se é possível dar mais tempo para países com dificuldades na zona do euro atingir suas metas no déficit orçamentário.

"Não nos reunimos para enfrentar uns aos outros... mas temos de dizer o que pensamos, quais são os instrumentos certos, os métodos corretos, os passos certos, as iniciativas certas para estimular o crescimento", disse Hollande.

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