UE comemora isenção temporária a tarifas sobre aço e alumínio pelos EUA
Apesar disso, a comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, lembrou que a isenção é temporária e as negociações continuam
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de março de 2018 às 20h43.
Última atualização em 23 de março de 2018 às 11h51.
Bruxelas - Líderes da União Europeia saudaram os sinais do governo dos Estados Unidos de que haverá isenção temporária de tarifas sobre as importações americanas de aço e alumínio, evitando uma guerra comercial transatlântica ao menos por enquanto.
"Apenas razoável que a UE pareça ser omitida das tarifas baseadas em razões de segurança nacional, uma vez que a UE e os EUA são aliados próximos", tuitou o primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, durante uma reunião de líderes do bloco em Bruxelas. "Em vez de ameaçar aumentar as tarifas uns contra os outros, a UE e os EUA devem trabalhar juntos para resolver o problema real do excesso de capacidade", acrescentou.
O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, disse ao Senado na quinta-feira que as tarifas, que entrarão em vigor nesta sexta-feira, deixarão UE, Austrália, Argentina, Brasil e Coreia do Sul isentos. Buscando combater o excesso global impulsionado pela China, o presidente americano, Donald Trump, citou a segurança nacional como a justificativa para a imposição das tarifas de importação - 25% para o aço e 10% para o alumínio. As isenções vêm depois de intensos esforços de lobby dos funcionários da UE.
Apesar disso, a comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, lembrou que a isenção é temporária e as negociações continuam para manter esse status de forma permanente. "Enquanto tivermos isso, ficaremos aliviados", disse ela, que estava na sala onde os líderes do bloco se reuniram nesta quinta-feira para uma cúpula de dois dias. Os líderes adiaram uma discussão sobre a política comercial do bloco enquanto aguardavam a confirmação de Washington de que a UE estaria isenta.
"Nós argumentamos, e achamos que a UE não é uma ameaça à segurança nacional dos EUA", disse Malmstrom ao Parlamento Europeu em Bruxelas nesta quinta-feira. Nesta semana, ela conduziu reuniões de dois dias com seus pares em Washington, incluindo Lighthizer e o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross.
Alguns líderes expressaram cautela em relação ao anúncio. "Ainda há um ponto que precisamos esclarecer - a condicional da isenção e, em caso afirmativo, quais são essas condições", disse o primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel. "Temos que ver como é formulado. O diabo, às vezes, está nos detalhes", argumentou. Fonte: Dow Jones Newswires.