UE apresenta plano de 750 bi de euros para recuperação após coronavírus
Maior parte do dinheiro irá para Itália e Espanha, que receberão 313 bilhões de euros dos 750 bi de euros tomados no mercado
Reuters
Publicado em 27 de maio de 2020 às 09h28.
Última atualização em 27 de maio de 2020 às 09h29.
A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira um plano para tomar emprestado no mercado e então disponibilizar a países da UE 750 bilhões de euros em subsídios e empréstimos para ajudá-los a se recuperar dos impactos do coronavírus .
A maior parte do dinheiro irá para Itália e Espanha, os mais afetados pela pandemia, que juntos receberão 313 bilhões de euros em subsídios e empréstimos.
O objetivo também é proteger o mercado único da União Europeia de se fragmentar diante de crescimentos econômicos e níveis de riqueza divergentes conforme o bloco de 27 países emerge de sua recessão mais profunda esperada para este ano.
Dos 750 bilhões de euros, dois terços serão em subsídios financiados por tomadas de empréstimos conjuntos e um terço em empréstimos.
Os subsídios, embora controversos, são necessários porque Itália, Espanha, Grécia, França e Portugal já têm dívidas altas e dependem bastante do turismo, que foi interrompido pela pandemia. Seria mais difícil para eles do que para países do norte retomarem suas economias através de empréstimos.
O fundo de recuperação soma-se ao Orçamento de longo prazo da UE para 2021-27, que a Comissão irá propor em 1,1 trilhão de euros.
"No total, o Plano de Recuperação Europeu colocará 1,85 trilhão de euros para ajudar a impulsionar nossa economia e garantir que a Europa avance", disse o Executivo da UE em documento intitulado "Momento da Europa: Reparo e Preparo para a Próxima Geração".
Preocupação
Os 500 bilhões de euros em subsídios estão em linha com o desejo das duas maiores economias da UE --França e Alemanha-- embora alguns países preferissem ver apenas empréstimos no pacote de recuperação.
A tomada de empréstimos terá que ser saldada, o que significa contribuições nacionais mais altas para o Orçamento da UE no futuro ou novos impostos.
A Comissão propôs novas receitas na forma de um imposto sobre plásticos, algum dinheiro de um esquema de negociação de CO2, imposto sobre serviços digitais, uma parte das taxas corporativas nacionais e um imposto de importação sobre produtos feitos nos países com padrões mais baixos de emissão de CO2 do que a UE .
Também propôs que o Orçamento da UE deveria receber uma fatia maior do Imposto sobre Valor Agregado pago pelos governos à UE.