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Tesouro cancela leilões de LTN e NTN-F marcados para quinta

Segundo a coordenadora de Operações da Dívida Pública, a decisão foi tomada por cautela

Tesouro Nacional: o Tesouro quer ser cauteloso e aguardar como o mercado vai reagir nos próximos dias (Rodrigo Bellizzi/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 24 de maio de 2017 às 11h54.

Brasília - O Tesouro cancelou os leilões de venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F) marcados para quinta-feira, mas não anunciou novos leilões extraordinários.

Segundo a coordenadora de Operações da Dívida Pública, Márcia Tapajós, a decisão foi tomada por prudência, já que o Tesouro quer ser cauteloso e aguardar como o mercado vai reagir nos próximos dias.

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Por meio de comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Tesouro considerou que os leilões extraordinários de compra e venda realizados entre os dias 19 e 23 passados cumpriram o objetivo de "fornecer parâmetros de referência de preços e contribuíram para um melhor funcionamento do mercado financeiro nos últimos dias."

E acrescentou que continuará "monitorando as condições de mercado, buscando, por meio de suas ações, garantir o bom funcionamento do mercado de títulos públicos e de outros mercados correlatos".

Em coletiva, Márcia afirmou que o Tesouro não observou um mercado "extremamente vendedor" no período em que fez leilões extraordinários em resposta à volatilidade do mercado após a eclosão da crise política.

A demanda foi pequena pelo papéis e a coordenadora ressaltou que só foram aceitas as propostas em que foi observada demanda tanto para compra quanto pela venda dos papéis. Isso não ocorreu para as LTN com vencimento em 2018 e 2019 e para as NTN-B com vencimento em 2035 e 2055.

Como resultado da sua atuação, foi efetuado resgate líquido de cerca de 2,11 bilhões de reais, cifra considerada "adequada à estratégia".

"Nós justamente fizemos leilão de compra e venda porque nós entendemos que a dificuldade no mercado hoje não era uma posição vendedora de títulos, mas uma posição sem referência de preços."

A ação foi conjunta com o Banco Central, que nos mesmos três dias fez leilões de novos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares.

O mercado reagiu fortemente ao terremoto político que atingiu em cheio o presidente Michel Temer e colocou em dúvida o andamento das reformas estruturais, em especial a da Previdência, no Congresso Nacional.

Temer virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, em investigação aberta com base no acordo de delação fechado por Joesley Batista, do grupo JBS. Temer teve uma conversa gravada pelo empresário.

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