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TCU questiona compra de 50% do Votorantim pelo BB

Por AE Brasília - O Banco do Brasil comprou metade do Banco Votorantim sem fazer auditoria na saúde financeira da instituição. A inconsistência foi revelada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após avaliação dos termos da aquisição de R$ 4,2 bilhões feita em janeiro. Em relatório, os ministros afirmam que “compete esclarecer que não […]

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2009 às 08h24.

Por AE

Brasília - O Banco do Brasil comprou metade do Banco Votorantim sem fazer auditoria na saúde financeira da instituição. A inconsistência foi revelada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após avaliação dos termos da aquisição de R$ 4,2 bilhões feita em janeiro. Em relatório, os ministros afirmam que “compete esclarecer que não foi realizada ‘due diligence’ para identificar eventuais necessidades de ajustes nos balanços de partida” que nortearam o negócio. O BB nega e diz que o TCU “não mencionou” a auditoria simplificada usada na compra.

A due diligence é um processo comum usado em aquisições e fusões em que a vida financeira da companhia-alvo do negócio é avaliada minuciosamente. São levantados aspectos como passivos trabalhistas e financeiros, pendências judiciais e fiscais, entre outros itens. O objetivo da diligência é avaliar o real preço da companhia e, ao mesmo tempo, verificar se o negócio será lucrativo para o interessado. Em alguns casos, são meses de avaliação.

“Grosso modo, (não fazer essa investigação) é como comprar um carro sem abrir o capô e verificar o estado do motor”, diz Ruy Coutinho, ex-secretário de Direito Econômico, ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) e presidente da Latin Link Consultoria. Legalmente, uma empresa pode comprar outra sem fazer essa auditoria. O mundo jurídico, porém, condena a prática pelo risco de se comprar uma companhia com passivos inimagináveis. Há, ainda, o agravante de que o BB tem capital aberto e a direção do banco fez um negócio que pode ser questionado por, eventualmente, prejudicar minoritários.

Após avaliar as últimas aquisições do BB, o TCU constatou que a compra do Votorantim ocorreu em termos bastante distintos. Em compras como a da Nossa Caixa e outros bancos estaduais, o BB divulgou as avaliações para justificar o negócio. No caso do Votorantim, tudo foi mantido em segredo. “Ao contrário das outras operações (Nossa Caixa, Besc e BEP), não foi dada publicidade aos relatórios de avaliação que subsidiaram a aquisição de participação no Votorantim”, diz o relatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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