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Taxas de juros fecham em forte alta refletindo incerteza política

Durante o final de semana, o mercado tentou assimilar os acontecimentos recentes, mas permanece a dúvida quanto às condições de governabilidade de Temer

Michel Temer: "O presidente está tentando mostrar clima de normalidade", diz Renan Sujii (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 18h48.

São Paulo - Após um alívio visto na sexta-feira, os juros futuros voltaram a fechar em forte alta nesta segunda-feira, 22, ainda pautados na incerteza do cenário político em decorrência das delações de executivos da JBS que envolvem o presidente Michel Temer.

Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (260.450 contratos) fechou com taxa de 10,559%, de 10,544% no ajuste de sexta-feira.

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A taxa do contrato de DI para janeiro de 2018 (353.720 contratos) subiu de 9,670% para 9,745% e a do DI janeiro de 2019 (556.335 contratos) subiu de 9,97% para 10,23%. A taxa do DI janeiro de 2021 (357.065 contratos) avançou de 11,17% para 11,55%.

Durante o final de semana, o mercado tentou assimilar os acontecimentos recentes, mas permanece a dúvida quanto às condições de governabilidade se Temer, de fato, continuar no cargo, uma vez que ele reiterou que não vai renunciar.

"Como vai ser? Temer está tentando mostrar clima de normalidade e que é capaz de tocar a agenda de reformas, mas o apoio político se enfraqueceu", disse Renan Sujii, estrategista de renda fixa da Upside Investor.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em teleconferência com investidores e clientes do banco JP Morgan, admitiu hoje que a crise política deflagrada na semana passada pode atrasar a agenda econômica de reformas "em algumas semanas".

A taxas estiveram pressionadas desde a abertura, tendo desacelerado levemente a alta por alguns momentos na última hora da sessão regular, acompanhando o dólar e após a informação de que o calendário da reforma trabalhista, segundo o relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES), está mantido e que o texto será apresentado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na terça-feira, 23.

O mercado também chegou a se acalmar um pouco depois dos leilões de compra e de venda de títulos públicos no começo da tarde.

Com a sessão já encerrada, a defesa de Temer informou que entrou com novo pedido para que o inquérito que apura a conduta do presidente não seja suspenso no Supremo Tribunal Federal (STF).

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