Supermercados amargam em 2003 pior resultado desde 1991

No pior ano desde 1991, os supermercados brasileiros sofreram uma queda real de 4,7% no faturamento apurado em 2003, descontada a inflação de 14,71% medida pelo IPCA médio. O resultado corrigido de 76,01 bilhões de reais (nominal de 87,2 bi) foi divulgado nesta quinta-feira (29/4) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Pela pesquisa, realizada pela ACNielsen, a rentabilidade das empresas caiu pelo segundo ano consecutivo, chegando a 1,6% do faturamento (o pico dos últimos seis anos foi 2%, em 2001).

De acordo com João Carlos de Oliveira, presidente da Abras, o ano de 2003 foi marcado pelo aumento da concorrência, com cerca de 3 mil novas lojas (total de 71.372) no país, e pelo crescimento de 3% da força de trabalho. O setor abriu 21.215 novos postos, empregando um total de 740 mil trabalhadores.

No ano passado, também se intensificou a tendência de o consumidor comprar mais perto de casa, o que favoreceu o desempenho dos estabelecimentos com até 250 metros quadrados. De 2002 para 2003, estabelecimentos com este tamanho avançaram quase 10 pontos percentuais em sua participação no total de lojas, de 19,3% para 29,1%. Além de crescer em número, os pequenos ampliaram sua fatia na receita do setor. As lojas menores foram as únicas que conseguiram crescer, registrando um aumento de 0,4% no faturamento. Enquanto isso, as vinte maiores faturaram 3,9% a menos, e as 300 maiores, 2,9% menos.

O primeiro trimestre de 2004 trouxe uma nova queda de 2,3% para todo o setor. "Não haverá reversão antes do segundo semestre", disse Oliveira.

Ranking

A Abras divulgou o ranking das vinte maiores do setor. A posição relativa das cinco primeiras empresas, listadas abaixo, não sofreu alterações em relação a 2002. Esse é a 10ª edição do ranking.

Olegário Araujo, gerente de contas da ACNielsen, apresentou uma segunda tabela com alterações estimadas da classificação, decorrentes da compra da Bompreço pelo Wal-Mart e do Sendas pelo Pão de Açúcar: