Exportação de açúcar pode;crescer 2 milhões de toneladas
O aumento será possível se a Organização Mundial do Comércio concordar com o Brasil que reclamou, formalmente, dos subsídios aos produtores europeus de açúcar
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.
As exportações de açúcar crescerão, no mínimo, 2 milhões de toneladas por ano se a Organização Mundial do Comércio (OMC) atender à queixa do Brasil contra os subsídios europeus ao produto. A estimativa foi divulgada hoje (2/8) por Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), ao divulgar a segunda estimativa de colheita de cana-de-açúcar na safra 2004/2005.
Na avaliação de Carvalho, as exportações européias de açúcar vão cair. A expectativa do setor é que a OMC repita a postura favorável ao Brasil, quando derrubou os subsídios dos Estados Unidos aos produtores americanos de algodão, e considere irregulares a ajuda da europeus aos produtores de açúcar no continente.
"Como somos os produtores mais competitivos do mundo, cremos que vamos conquistar esse espaço deixado pela Europa." Segundo o presidente da Unica, o Brasil pode chegar a 4 ou 5 milhões de toneladas adicionais em dois a três anos. O total estimado para as exportações de açúcar nesta safra é de 12,9 milhões de toneladas.
Na mesma
Carvalho manteve a estimativa veiculada em março, de uma produção de 320 milhões de toneladas de cana, ou 6,9% acima da safra anterior, a despeito das chuvas acima da média, que atrasaram a moagem.
O problema é que além do atraso, que segundo Carvalho ainda pode ser compensado no segundo semestre, o volume pluviométrico atípico derruba a quantidade de produto final obtido a partir de cada tonelada de cana esmagada. Resultado: caiu em 1 milhão de toneladas a previsão de produção de açúcar, de 22,6 milhões para 21,6 milhões, mas ainda assim 5,7% superior à safra anterior. No caso do álcool, porém, há um tombo na estimativa (de 13,3 bilhões de litros para 12,8 bilhões) e também uma reversão da expectativa de superar a safra 2003/2004. Agora, a indústria prevê uma queda de 1,7% na produção total de álcool (anidro mais hidratado).