Economia

China também;enfrenta gargalos;na economia, diz especialista

Para Paul Cavey, da Economist Intelligence Unit, há sérios riscos no sistema bancário e deficiências em integração dos meios de transporte

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

Um medo típico entre as sociedades de Hong Kong e Taiwan está se espalhando pelo mundo. A China poderá tomar conta de tudo. Mas, antes de ser dominado por pânico ou deslumbramento, é preciso relativizar o fenômeno chinês considerando as fraquezas da economia mais comentada do planeta (leia matéria da revista EXAME sobre a ameaça chinesa). A avaliação é de Paul Cavey, economista-chefe para a China da Economist Intelligence Unit, unidade de pesquisas da revista britânica The Economist.

"Não é tudo cor-de-rosa no cenário chinês, e momentos excepcionais não duram para sempre", diz Cavey. Em primeiro lugar, os bancos chineses ainda precisam adotar critérios mais comerciais e menos políticos ao conceder empréstimos. Além disso, "seria necessária uma mudança de cultura nas enormes e desajeitadas instituições financeiras chinesas", diz.

Investimento também é um problema na China. Ao contrário do que ocorre em países como o Brasil, há um superinvestimento, entre 40% e 45% do Produto Interno Bruto. Mais uma vez, os bancos e seus critérios ainda pouco orientados aos negócios contribuem para o excesso de dinheiro aos empreendedores. "Isso pode levar à deflação nos próximos anos", diz o especialista em China da Economist. Ou seja, Cavey acredita que o crescimento extraordinário da produção para o mercado interno não será acompanhado pelo aumento da demanda dos consumidores chineses.

Finalmente, o mesmo setor financeiro condiciona a mudança pela qual a China é mais criticada, a subvalorização artificial de sua moeda. "Não vão mudar o câmbio antes que o setor esteja reformado, o que vai levar anos."

Além dos bancos, o economista identifica outras áreas sensíveis para a expansão chinesa: escassez de energia e matéria-prima em relação às necessidades do país e falta de articulação inteligente na área de transportes, ou intermodalidade. "A despeito do pesado investimento em estradas, ainda falta uma integração minimamente sofisticada de portos e ferrovias."

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Acelerada pela Nvidia, Google — e agora Amazon —, startup quer inovar no crédito para PMEs

Cigarro mais caro deve pressionar inflação de 2024, informa Ministério da Fazenda

Fazenda eleva projeção de PIB de 2024 para 3,2%; expectativa para inflação também sobe, para 4,25%

Alckmin: empresas já podem solicitar à Receita Federal benefício da depreciação acelerada