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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h53.
Que diferença o senhor vê entre os produtores de Lucas do Rio Verde e os de outros lugares do Brasil?
O caso de Lucas do Rio Verde é impressionante. Eles têm um prefeito progressista e contam com a parceria de grandes firmas como a Sadia. Seu sucesso é um exemplo a ser seguido não apenas no Brasil, mas também pelos produtores de soja do Paraguai, Uruguai e Argentina. A grande maioria dos produtores desses países sabe como plantar e colher grãos, mas têm uma grande lição de casa à frente, seja no campo ambiental ou trabalhista.
Que riscos os produtores de soja correm se não adotarem práticas sustentáveis?
O risco não é deixar de produzir, mas virem a ser punidos pelos consumidores asiáticos e europeus, que poderiam passar a rejeitar o produto.
Qual o maior desafio para Lucas do Rio Verde continuar a crescer de modo sustentável?
Eles precisam manter o baixo preço da soja, a mais barata do mundo, preservando sua vantagem competitiva. Seu modelo deve nascer do setor produtivo e se basear nas forças de mercado. Além disso, o ideal é que eles consigar forjar sua própria agenda, independente das ONGs.
O que mais lhe impressionou quando o senhor visitou a região produtora de soja no Mato Grosso?
Estive lá por duas vezes e devo voltar daqui a alguns meses. Apesar de lidar com imensos desafios, eles são agricultores pós-modernos, usando recursos tecnológicos avançados num lugar em que falta praticamente tudo. No Illinois, os produtores de soja contam com o apoio de pelos menos quinze instituições de governo, além de associações de classe, para ajudá-los a executar práticas social e ecologicamente responsáveis. Nos EUA, a governança dos setores público e privado se dá de maneira integrada, o que não acontece no Mato Grosso.