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Sistema de negociação do Mercosul é ineficiente, diz consultora

Método para elaboração de propostas acaba privilegiando economias menos desenvolvidas, o que atrasa integração com outros blocos econômicos, conforme Sandra Rios, da CNI

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

As negociações de livre comércio entre o Mercosul e outros blocos econômicos não são dificultadas apenas por questões ideológicas. A própria estrutura de elaboração de proposta do bloco sul-americano é ineficiente e gera atrasos no processo, segundo Sandra Rios, consultora da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que participou do Seminário Negociações Internacionais, na Câmara de Comércio Americana (Amcham), em São Paulo, nesta segunda-feira (4/10). (Leia também reportagem de EXAME sobre porque o Mercosul só interessa ao governo brasileiro).

Segundo Sandra, o Mercosul adota um sistema de elaboração de propostas no qual os países-membros têm autonomia. Cada um elabora uma pauta própria e depois busca conciliá-la com a de seus parceiros. "Em casos de divergência, opta-se pela proposta de maior prazo de abertura", afirma. Com isso, afirma Sandra, acaba-se privilegiando os países mais ineficientes em detrimento das indústrias mais desenvolvidas da região, como é o caso do Brasil. Além disso, o sistema dificulta avanços nos acordos com a União Européia e os Estados Unidos, pois eles desejam acesso rápido aos mercados do Cone Sul.

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Como exemplo das divergências dentro do próprio Mercosul, Sandra lembra que, em 2001, cerca de 46% das propostas apresentadas para a União Européia foram alvo de críticas dentro do bloco sul-americano. "Neste ano, o percentual de discordância continuou o mesmo", diz. A consultora afirma que as próprias disputas comerciais entre Brasil e Argentina não podem ser compreendidas apenas como pertinentes ao Mercosul. Os confrontos entre os quatro países prejudicam o processo com os blocos externos. Para Sandra, o Mercosul deveria elaborar previamente e cumprir acordos comerciais. Com isso, evitaria disputas, como a que, recentemente, envolveu argentinos e brasileiros a respeito da exportação de eletrodomésticos.

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