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Sindicatos da União Europeia protestam contra austeridade

Sob o lema 'Pelo emprego e pela justiça social', a Confederação Europeia de Sindicatos (CES) pediu a mobilização de todas as suas organizações filiadas

Os sindicatos europeus insistem que não está sendo feito o suficiente para enfrentar o grave problema do desemprego (Ralph Orlowski/ Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 13h59.

Bruxelas - Sindicatos de toda a União Europeia pediram nesta quarta-feira aos líderes comunitários um plano de saída à crise alternativo à austeridade, em uma nova 'jornada de ação europeia' que teve seu epicentro em Bruxelas, onde na quinta e na sexta-feira será realizada uma cúpula europeia dedicada ao crescimento econômico.

Sob o lema 'Pelo emprego e pela justiça social', a Confederação Europeia de Sindicatos (CES) pediu a mobilização de todas as suas organizações filiadas, uma convocação seguida em grande parte da União Europeia (UE) com ações que foram desde manifestações até sessões de informação aos trabalhadores.

O objetivo era pedir uma mudança de rumo perante as políticas econômicas 'orientadas exclusivamente à redução do déficit público', segundo o atual presidente da CES e secretário-geral do sindicato espanhol Comissões Operárias (CCOO), Ignacio Fernández Toxo.

Esta estratégia, por não estar acompanhada de incentivos ao investimento público ou privado, 'está provocando um aumento do desemprego e uma queda na recessão' em toda a União Europeia e especialmente em países como a Grécia, Portugal e Espanha, disse Toxo à imprensa, após participar de uma concentração na frente da sede do Conselho da UE.

Os representantes sindicais defenderam esta postura em reuniões com os presidentes do Executivo comunitário e do Conselho Europeu, José Manuel Durão Barroso e Herman Van Rompuy, respectivamente.

Toxo classificou estes encontros como 'decepcionantes', já que Van Rompuy respondeu às reivindicações dos sindicatos apontando a necessidade de 'continuar com estas políticas durante um tempo pensando que no futuro veremos seus benefícios'.

Além disso, os encontros não serviram 'para vislumbrar se haverá um relaxamento nos critérios de estabilidade das contas públicas' fixados pela UE e cuja aplicação teria 'efeitos demolidores para a economia e o emprego' em países como a Espanha, indicou Toxo.


A combinação do ajuste orçamentário com o crescimento econômico será um dos temas principais da cúpula de líderes europeus realizada na quinta e sexta-feira em Bruxelas, enquanto a criação de emprego monopolizou boa parte da reunião extraordinária no final de janeiro.

Os sindicatos europeus, no entanto, insistem que não está sendo feito o suficiente para enfrentar o grave problema do desemprego, que afeta na UE 23,8 milhões de pessoas (5,3 milhões na Espanha), o que representa um número recorde na União.

'São feitas muitas declarações, mas não são aplicadas as medidas necessárias para lutar contra o desemprego', afirmou o líder sindical espanhol.

A CES propõe medidas concretas como investimentos em infraestruturas físicas e tecnológicas, o que requereria um orçamento europeu 'pelo menos duas vezes maior que o atualmente estabelecido', acrescentou Toxo.

Também reivindicam a imposição de uma taxa sobre as transações financeiras para destiná-la a investimentos em crescimento, criação de eurobonos e a elaboração de um 'plano de choque' sobre o emprego e formação para os jovens.

A 'jornada de ação europeia' foi organizada de forma descentralizada pela CES e foi acompanhada na maior parte dos países da UE, embora com diferentes níveis de intensidade.

Na Bélgica, além da concentração, os sindicatos nacionais organizaram um protesto no banco central (BNB) e ações paralelas na frente das filiais da entidade em todo o país.

Na Alemanha, França, Itália, Portugal, Irlanda, Eslováquia e Lituânia foram organizadas concentrações, manifestações e protestos perante autoridades nacionais e escritórios de instituições comunitárias, enquanto na Grécia foram convocadas inclusive interrupções em algumas empresas e setores.

Em outros países como a Dinamarca, o Chipre, a Hungria, a Bulgária e a Letônia, as ações se limitaram a encontros dos líderes sindicais com representantes políticos nacionais, convocações de imprensa e sessões de informação aos trabalhadores

Também as centrais operárias britânicas organizaram visitas às embaixadas da Alemanha, França e Grécia e ações na internet.

Na Espanha, os sindicatos sairão novamente às ruas nesta quarta-feira, em protesto pelos cortes sociais aplicados na UE.

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Bruxelas - Sindicatos de toda a União Europeia pediram nesta quarta-feira aos líderes comunitários um plano de saída à crise alternativo à austeridade, em uma nova 'jornada de ação europeia' que teve seu epicentro em Bruxelas, onde na quinta e na sexta-feira será realizada uma cúpula europeia dedicada ao crescimento econômico.

Sob o lema 'Pelo emprego e pela justiça social', a Confederação Europeia de Sindicatos (CES) pediu a mobilização de todas as suas organizações filiadas, uma convocação seguida em grande parte da União Europeia (UE) com ações que foram desde manifestações até sessões de informação aos trabalhadores.

O objetivo era pedir uma mudança de rumo perante as políticas econômicas 'orientadas exclusivamente à redução do déficit público', segundo o atual presidente da CES e secretário-geral do sindicato espanhol Comissões Operárias (CCOO), Ignacio Fernández Toxo.

Esta estratégia, por não estar acompanhada de incentivos ao investimento público ou privado, 'está provocando um aumento do desemprego e uma queda na recessão' em toda a União Europeia e especialmente em países como a Grécia, Portugal e Espanha, disse Toxo à imprensa, após participar de uma concentração na frente da sede do Conselho da UE.

Os representantes sindicais defenderam esta postura em reuniões com os presidentes do Executivo comunitário e do Conselho Europeu, José Manuel Durão Barroso e Herman Van Rompuy, respectivamente.

Toxo classificou estes encontros como 'decepcionantes', já que Van Rompuy respondeu às reivindicações dos sindicatos apontando a necessidade de 'continuar com estas políticas durante um tempo pensando que no futuro veremos seus benefícios'.

Além disso, os encontros não serviram 'para vislumbrar se haverá um relaxamento nos critérios de estabilidade das contas públicas' fixados pela UE e cuja aplicação teria 'efeitos demolidores para a economia e o emprego' em países como a Espanha, indicou Toxo.


A combinação do ajuste orçamentário com o crescimento econômico será um dos temas principais da cúpula de líderes europeus realizada na quinta e sexta-feira em Bruxelas, enquanto a criação de emprego monopolizou boa parte da reunião extraordinária no final de janeiro.

Os sindicatos europeus, no entanto, insistem que não está sendo feito o suficiente para enfrentar o grave problema do desemprego, que afeta na UE 23,8 milhões de pessoas (5,3 milhões na Espanha), o que representa um número recorde na União.

'São feitas muitas declarações, mas não são aplicadas as medidas necessárias para lutar contra o desemprego', afirmou o líder sindical espanhol.

A CES propõe medidas concretas como investimentos em infraestruturas físicas e tecnológicas, o que requereria um orçamento europeu 'pelo menos duas vezes maior que o atualmente estabelecido', acrescentou Toxo.

Também reivindicam a imposição de uma taxa sobre as transações financeiras para destiná-la a investimentos em crescimento, criação de eurobonos e a elaboração de um 'plano de choque' sobre o emprego e formação para os jovens.

A 'jornada de ação europeia' foi organizada de forma descentralizada pela CES e foi acompanhada na maior parte dos países da UE, embora com diferentes níveis de intensidade.

Na Bélgica, além da concentração, os sindicatos nacionais organizaram um protesto no banco central (BNB) e ações paralelas na frente das filiais da entidade em todo o país.

Na Alemanha, França, Itália, Portugal, Irlanda, Eslováquia e Lituânia foram organizadas concentrações, manifestações e protestos perante autoridades nacionais e escritórios de instituições comunitárias, enquanto na Grécia foram convocadas inclusive interrupções em algumas empresas e setores.

Em outros países como a Dinamarca, o Chipre, a Hungria, a Bulgária e a Letônia, as ações se limitaram a encontros dos líderes sindicais com representantes políticos nacionais, convocações de imprensa e sessões de informação aos trabalhadores

Também as centrais operárias britânicas organizaram visitas às embaixadas da Alemanha, França e Grécia e ações na internet.

Na Espanha, os sindicatos sairão novamente às ruas nesta quarta-feira, em protesto pelos cortes sociais aplicados na UE.

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