Economia

Siderúrgicas brasileiras precisam ser cautelosas

Em relatório, Standard & Poor's afirma que é melhor aproveitar o forte desempenho de caixa das empresas brasileiras para reduzir suas dívidas em vez de distribuir dividendos e expandir a capacidade de produção

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h53.

As siderúrgicas brasileiras precisam manter uma postura financeira conservadora. As empresas devem aplicar os ganhos recentes na redução de dívida, apesar das tendências positivas para o setor no curto prazo. A recomendação cautelosa partiu da agência de classificação de crédito Standard & Poor's (S&P), que divulgou um relatório nesta terça-feira (7/6). Apesar do fortalecimento de perfil financeiro, com extraordinária rentabilidade e robusto fluxo de caixa verificados no primeiro trimestre de 2005, as companhias precisam ser cautelosas em suas ambições de expansão e em sua política de distribuição de dividendos, porque o cenário futuro é "um pouco mais incerto". (Se você é assinante de EXAME, leia reportagem de capa sobre a Companhia Vale do Rio Doce.)

Para a agência, portanto, a política financeira fará a diferença no médio e longo prazos, porque o setor siderúrgico está longe de superar uma natureza cíclica e volátil. "Sendo prudente, as empresas se preparam para condições de mercado e de preços menos favoráveis." Embora as siderúrgicas nacionais estejam bem posicionadas para enfrentar os impactos do aumento dos preços do minério de ferro e do carvão nos próximos trimestres, não se deve ignorar que a elevação desses custos as torna mais sensíveis à volatilidade de fluxo de caixa.

Na análise da S&P, a Usiminas é visivelmente a siderúrgica que adotou uma postura mais conservadora, abatendo dívidas com os fluxos favoráveis de caixa, seguida pela Gerdau, que se diferencia, segundo a agência, por uma política agressiva de aquisições. A CSN, por sua vez, seria hoje a companhia mais alavancada beneficiando-se de uma maior abertura do mercado financeiro internacional para emissões de empresas de países emergentes , e tem sido tradicionalmente a mais agressiva em distribuição de dividendos e dispêndios de capital, que incluem aquisições. A agência chama atenção para o crescimento de sua dívida de longo prazo, entre 2007 e 2013.

Ainda assim, a S&P reconhece que a liquidez do setor no Brasil melhorou substancialmente e é sustentável no médio prazo não apenas pela troca de dívidas de curto prazo por outras mais longas, como pelos baixos custos de produção na comparação com companhias estrangeiras.

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