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Setor siderúrgico global não tem solução fácil à frente

A segunda maior usina siderúrgica da Inglaterra, SSI UK, foi liquidada nesta semana, em meio à queda nos preços do aço e exportações recordes da China

Produção de aço em uma siderúrgica: empresas brasileiras como a Usiminas e a Gerdau também reduziram capacidade produtiva no país este ano (Timothy Fadek/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2015 às 16h08.

Londres - A indústria siderúrgica mundial enfrenta uma crise cada vez mais intensa e quaisquer fechamentos de usinas já previstos provavelmente não será suficiente para restaurar a lucratividade do setor.

A segunda maior usina siderúrgica da Inglaterra, SSI UK, foi liquidada nesta semana, em meio à queda nos preços do aço e exportações recordes da China, que produz metade do aço mundial.

Problemas similares são vistos na segunda maior siderúrgica da África do Sul, Evraz Highveld Steel and Vanadium, que está tendo que ser resgatada, enquanto a indiana Tata Steel e a norte-americana US Steel reduziram capacidade este ano.

Empresas brasileiras como a Usiminas e a Gerdau também reduziram capacidade produtiva no país este ano.

Especialistas, porém, afirmam que as medidas estão longe de serem suficientes para resolver o quadro de excesso de capacidade da indústria.

"A indústria siderúrgica está na pior recessão em 10 anos, tão ruim quanto os anos de 1991 e 1992", disse o analista Wiktor Bielski, da VTB Capital.

"Não há praticamente ninguém no setor que não esteja em dificuldades. Menos de 50 por cento da indústria global pode fazer dinheiro aos preços atuais do aço", acrescentou.

Consultores da empresa de pesquisa de mercado CRU afirmam que 700 milhões de toneladas, de um total de 2,3 bilhões de toneladas de capacidade de produção, estão ociosas, com cortes de 400 milhões a 500 milhões de toneladas sendo necessários para equilibrar o mercado até 2020.

Porém, poucos acreditam que estes cortes poderão se materializar, porque 300 milhões de toneladas em capacidade ociosa estão na China, onde cortes em um setor que emprega milhões de trabalhadores poderão disparar revoltas populares.

A Associação de Ferro e Aço da China (Cisa) espera que as exportações de aço da China excedam 100 milhões de toneladas este ano, depois de saltarem 50 por cento no ano passado para 94 milhões de toneladas.

Esta torrente de aço chinês barato tem ajudado a manter os preços globais da liga no menor nível em 11 anos.

"Os preços globais do aço caíram mais do que do minério de ferro nas últimas semanas. No sul da Europa, estamos vendo aço da China sendo vendido a cerca de 300 euros por tonelada, significativamente abaixo do custo do produtor mais eficiente da União Europeia", disse o presidente-executivo do grupo siderúrgico europeu Voestalpine, Wolfgang Eder.

Enquanto isso, é difícil ver algum mês sem notícia de nova medida protecionista, ações que muitos especialistas afirmam ser contraproducentes no longo prazo porque reforçam o quadro de excesso de capacidade produtiva.

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Londres - A indústria siderúrgica mundial enfrenta uma crise cada vez mais intensa e quaisquer fechamentos de usinas já previstos provavelmente não será suficiente para restaurar a lucratividade do setor.

A segunda maior usina siderúrgica da Inglaterra, SSI UK, foi liquidada nesta semana, em meio à queda nos preços do aço e exportações recordes da China, que produz metade do aço mundial.

Problemas similares são vistos na segunda maior siderúrgica da África do Sul, Evraz Highveld Steel and Vanadium, que está tendo que ser resgatada, enquanto a indiana Tata Steel e a norte-americana US Steel reduziram capacidade este ano.

Empresas brasileiras como a Usiminas e a Gerdau também reduziram capacidade produtiva no país este ano.

Especialistas, porém, afirmam que as medidas estão longe de serem suficientes para resolver o quadro de excesso de capacidade da indústria.

"A indústria siderúrgica está na pior recessão em 10 anos, tão ruim quanto os anos de 1991 e 1992", disse o analista Wiktor Bielski, da VTB Capital.

"Não há praticamente ninguém no setor que não esteja em dificuldades. Menos de 50 por cento da indústria global pode fazer dinheiro aos preços atuais do aço", acrescentou.

Consultores da empresa de pesquisa de mercado CRU afirmam que 700 milhões de toneladas, de um total de 2,3 bilhões de toneladas de capacidade de produção, estão ociosas, com cortes de 400 milhões a 500 milhões de toneladas sendo necessários para equilibrar o mercado até 2020.

Porém, poucos acreditam que estes cortes poderão se materializar, porque 300 milhões de toneladas em capacidade ociosa estão na China, onde cortes em um setor que emprega milhões de trabalhadores poderão disparar revoltas populares.

A Associação de Ferro e Aço da China (Cisa) espera que as exportações de aço da China excedam 100 milhões de toneladas este ano, depois de saltarem 50 por cento no ano passado para 94 milhões de toneladas.

Esta torrente de aço chinês barato tem ajudado a manter os preços globais da liga no menor nível em 11 anos.

"Os preços globais do aço caíram mais do que do minério de ferro nas últimas semanas. No sul da Europa, estamos vendo aço da China sendo vendido a cerca de 300 euros por tonelada, significativamente abaixo do custo do produtor mais eficiente da União Europeia", disse o presidente-executivo do grupo siderúrgico europeu Voestalpine, Wolfgang Eder.

Enquanto isso, é difícil ver algum mês sem notícia de nova medida protecionista, ações que muitos especialistas afirmam ser contraproducentes no longo prazo porque reforçam o quadro de excesso de capacidade produtiva.

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