Economia

Setor de máquinas vê fraqueza no 1º semestre de 2015

Perspectiva da Abimaq é que o faturamento da indústria de máquinas no Brasil encerre 2014 com queda nominal de 10 por cento


	Indústria: setor de máquinas no Brasil apurou faturamento bruto no mês passado de R$ 6,5 bilhões
 (SKF AB via Bloomberg)

Indústria: setor de máquinas no Brasil apurou faturamento bruto no mês passado de R$ 6,5 bilhões (SKF AB via Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 15h35.

São Paulo - O faturamento bruto da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil recuou 11,7 por cento em outubro ante mesmo mês de 2013, dando continuidade a um cenário de fraqueza que deve se estender para o primeiro semestre de 2015, informou nesta quarta feira a associação que representa o setor, Abimaq.

A indústria apurou faturamento bruto no mês passado de 6,536 bilhões de reais. No acumulado dos dez primeiros meses deste ano houve queda de 15,5 por cento nas receitas do setor sobre o mesmo período de 2013, a 58,690 bilhões de reais.

A perspectiva da Abimaq é que o faturamento encerre 2014 com queda nominal de 10 por cento, apesar de um esperado avanço de 10 por cento nas exportações, puxado pela demanda dos Estados Unidos.

"Os dados são muito ruins, porque é uma queda pelo terceiro ano consecutivo. O Brasil vai ter o terceiro ano de redução na formação bruta de capital fixo, (...) independente da nova equipe econômica, não vai crescer de forma sustentável nos próximos anos", disse o diretor de competitividade da Abimaq, Mario Bernardini.

Na sua avaliação, o cenário recessivo será mantido no primeiro semestre de 2015, ainda mais porque os juros devem continuar subindo.

"Se o governo apertar o freio e arrumar a casa, (o faturamento) pode começar a subir no segundo semestre. Mas isso é mais um desejo que uma realidade", disse Bernardini.

Na comparação de outubro com setembro, o faturamento do setor registrou avanço de 6,9 por cento. Mas o movimento foi causado principalmente pelo efeito da recente desvalorização do real ante o dólar.

Embora Bernardini não considere o atual patamar do câmbio suficiente para uma melhora mais expressiva na competitividade do setor, ele espera um aumento na participação de mercado de produtos nacionais sobre os estrangeiros no consumo aparente.

Em outubro, o consumo aparente de máquinas e equipamentos no país caiu 14,9 por cento na comparação anual, 9,641 bilhões de reais.

As exportações somaram 1,056 bilhão de reais, queda de 4,4 por cento ante outubro do ano passado. Já as importações recuaram 18 por cento na mesma base comparativa, a 2,419 bilhões de reais.

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