Secretário de Comércio de Trump tirou 2.700 empregos dos EUA
Escolhido de Donald Trump fez fortuna, em parte, ao gerenciar negócios que levaram milhares de empregos para fora dos Estados Unidos
Reuters
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 11h09.
Washington - O bilionário Wilbur Ross, escolhido por Donald Trump para ajudar a implementar a agenda comercial do próximo governo dos Estados Unidos, fez fortuna, em parte, ao gerenciar negócios que levaram milhares de empregos para fora dos Estados Unidos, de acordo com dados do Departamento de Trabalho obtidos pela Reuters.
Como um investidor de alto risco há uma década, Ross se especializou em revitalizar companhias com problemas, em uma época em que a economia dos EUA estava perdendo mais de 100 mil empregos por ano por conta do comércio global.
Uma audiência de confirmação do Senado sobre sua nomeação para secretário do Comércio está marcada para quarta-feira.
Apoiadores dizem que Ross salvou milhares de empregos nos EUA ao resgatar empresas da falência. Dados obtidos pela Reuters através da Lei de Acesso à Informação dos EUA mostram que esses esforços de resgate vieram com um preço: companhias têxteis, de finanças e de peças de automóveis controladas por ele eliminaram 2.700 postos de trabalho nos EUA desde 2004, por conta do envio da produção para outros países, de acordo com um programa do Departamento de Trabalho que dá assistência a trabalhadores que perderam seus empregos por conta do comércio global.
Os dados inéditos correspondem a uma pequena fração da economia dos EUA, a qual tem visto os dados de emprego flutuarem a cada mês. Mas o histórico de Ross conflita com a promessa de Trump de proteger trabalhadores norte-americanos da globalização.
Recentemente, Trump foi elogiado por salvar 800 empregos na empresa Carrier, em Indiana, até mesmo fazendo um tour pela fábrica para apertar as mãos de funcionários. O presidente eleito também tem pressionado a Ford e outras montadoras a manterem empregos nos EUA.
Ross não respondeu a diversos pedidos de comentários. As atividades do executivo não são incomuns em uma época em que a globalização tem reduzido as fronteiras internacionais de comércio.