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Safra de café do Brasil 14/15 ficará abaixo da expectativa

Segundo Volcafe, safra deve ser menor como resultado de uma intensa poda e de um estresse das árvores depois de duas grandes colheitas

Homem trabalha na secagem de café na fazenda Boa Esperança, próximo de Bragança Paulista, no interior de São Paulo (Paulo Fridman/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 15h48.

Londres/São Paulo - A safra 2014/15 de café do Brasil deve cair bem abaixo das expectativas, como resultado de uma intensa poda e de um estresse das árvores depois de duas grandes colheitas consecutivas no maior produtor global, afirmou nesta segunda-feira a suíça Volcafe, divisão de café da trading ED&F Man.

A trading reduziu sua previsão de produção para 51 milhões de sacas de 60 kg, ante 60 milhões de sacas previstas em novembro, numa revisão de expectativa que coloca os números mais próximos daqueles que podem ser alcançados, segundo representantes de produtores do Brasil consultados pela Reuters.

"Os números vieram mais perto da realidade... A correção (na estimativa) é uma grandeza", elogiou o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro. "Agora estão com os pés no chão." Segundo o dirigente da entidade que representa os produtores, estimativas exageradas têm prejudicado o mercado, reduzindo os preços e desestimulando os cafeicultores do Brasil.

Os preços do café arábica na bolsa de Nova York caíram cerca de 20 por cento em 2013, pressionados pelos amplos suprimentos globais e por expectativas de uma nova grande safra no Brasil.

Silas Brasileiro acredita que números revistos como os da Volcafe podem elevar as cotações.

"O mercado tem prejudicado a produção de café do Brasil. Isso (a revisão na estimativa) demonstra um amadurecimento do mercado... Isso vai trazer uma normalidade, para que o café possa reagir para 350 a 400 (reais por saca)", acrescentou Brasileiro.

Os valores citados indicam a possibilidade de alta de cerca de 50 reais por saca, em comparação aos valores atuais pagos pelo café arábica em Minas Gerais, segundo ele.


"Está chegando mais na real. Está muito cedo para falar, mas 51 (milhões de sacas), se for mais, não é muito mais", disse o presidente da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do mundo, Carlos Paulino da Costa. A colheita nacional é intensificada em meados do ano.

Para Paulino da Costa e Brasileiro, portanto, a nova safra não quebraria o ciclo de altas e baixas da lavoura do café arábica.

Em dezembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a safra passada (de baixa do ciclo bianual) em 49,15 milhões de sacas.

Pela previsão da Volcafe, entretanto, o ciclo estaria quebrado.

A nova previsão da empresa se compara ao volume de 57,2 milhões de sacas da temporada anterior (2013/14) e das 56,8 milhões em 2012/13, segundo dados da Volcafe, também considerados exagerados pelos representantes dos produtores.

A Volcafe explicou que os agricultores realizaram severas podas para eliminar os custos de colheita neste ano e para estimular a safra na temporada posterior.

Indicativos de preços mais baixos para o café estão entre os fatores que motivaram a intensificação da poda pelos cafeicultores.

A trading previu ainda para 2014/15 um déficit global no mercado de café de cerca de 5 milhões de sacas, ante um excedente de 6 milhões de sacas no ano anterior.

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Londres/São Paulo - A safra 2014/15 de café do Brasil deve cair bem abaixo das expectativas, como resultado de uma intensa poda e de um estresse das árvores depois de duas grandes colheitas consecutivas no maior produtor global, afirmou nesta segunda-feira a suíça Volcafe, divisão de café da trading ED&F Man.

A trading reduziu sua previsão de produção para 51 milhões de sacas de 60 kg, ante 60 milhões de sacas previstas em novembro, numa revisão de expectativa que coloca os números mais próximos daqueles que podem ser alcançados, segundo representantes de produtores do Brasil consultados pela Reuters.

"Os números vieram mais perto da realidade... A correção (na estimativa) é uma grandeza", elogiou o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro. "Agora estão com os pés no chão." Segundo o dirigente da entidade que representa os produtores, estimativas exageradas têm prejudicado o mercado, reduzindo os preços e desestimulando os cafeicultores do Brasil.

Os preços do café arábica na bolsa de Nova York caíram cerca de 20 por cento em 2013, pressionados pelos amplos suprimentos globais e por expectativas de uma nova grande safra no Brasil.

Silas Brasileiro acredita que números revistos como os da Volcafe podem elevar as cotações.

"O mercado tem prejudicado a produção de café do Brasil. Isso (a revisão na estimativa) demonstra um amadurecimento do mercado... Isso vai trazer uma normalidade, para que o café possa reagir para 350 a 400 (reais por saca)", acrescentou Brasileiro.

Os valores citados indicam a possibilidade de alta de cerca de 50 reais por saca, em comparação aos valores atuais pagos pelo café arábica em Minas Gerais, segundo ele.


"Está chegando mais na real. Está muito cedo para falar, mas 51 (milhões de sacas), se for mais, não é muito mais", disse o presidente da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do mundo, Carlos Paulino da Costa. A colheita nacional é intensificada em meados do ano.

Para Paulino da Costa e Brasileiro, portanto, a nova safra não quebraria o ciclo de altas e baixas da lavoura do café arábica.

Em dezembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a safra passada (de baixa do ciclo bianual) em 49,15 milhões de sacas.

Pela previsão da Volcafe, entretanto, o ciclo estaria quebrado.

A nova previsão da empresa se compara ao volume de 57,2 milhões de sacas da temporada anterior (2013/14) e das 56,8 milhões em 2012/13, segundo dados da Volcafe, também considerados exagerados pelos representantes dos produtores.

A Volcafe explicou que os agricultores realizaram severas podas para eliminar os custos de colheita neste ano e para estimular a safra na temporada posterior.

Indicativos de preços mais baixos para o café estão entre os fatores que motivaram a intensificação da poda pelos cafeicultores.

A trading previu ainda para 2014/15 um déficit global no mercado de café de cerca de 5 milhões de sacas, ante um excedente de 6 milhões de sacas no ano anterior.

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