Saddam rejeita ultimato de Bush e fala em vitória
Saddam Hussein rejeitou o ultimato do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que determinou a saída do ditador e de seus filhos em, no máximo, 48 horas após o pronunciamento ou que enfrentem a ação militar. A informação foi veiculada nesta terça-feira (18/3) na TV estatal iraquiana. Saddam declarou que o Iraque está preparado […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
Saddam Hussein rejeitou o ultimato do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que determinou a saída do ditador e de seus filhos em, no máximo, 48 horas após o pronunciamento ou que enfrentem a ação militar. A informação foi veiculada nesta terça-feira (18/3) na TV estatal iraquiana.
Saddam declarou que o Iraque está preparado para combater qualquer invasor e falou em vitória ao dizer que os americanos serão derrotados na "última batalha do Iraque", segundo a TV. Antes do pronunciamento de Saddam, seu filho mais velho, Uday, rejeitara o ultimato de Bush. Ele declarou que as tropas americanas enfrentarão uma "batalha sangrenta".
"O Iraque não escolhe seu caminho sob as ordens de um estrangeiro e não escolhe seus líderes de acordo com decretos de Washington, Londres ou Tel Aviv, mas pela vontade do grande povo iraquiano", afirmou o comunicado da TV iraquiana, que transmitia imagens de Saddam vestindo uniforme do Exército e participando de uma reunião.
França
Apesar de sua oposição, a França poderá ajudar uma coalizão liderada pelos Estados Unidos caso Bagdá use armas biológicas e químicas, disse o embaixador francês na ONU, Jean-David Levitte, em entrevista à rede de TV CNN.
"Se Saddam Hussein fosse usar armas químicas ou biológicas, isso mudaria a situação completamente e imediatamente para o governo francês", afirmou. Ele salientou que a decisão final será tomada pelo presidente Jacques Chirac. Sem detalhar como seria a participação francesa, o embaixador disse: "Temos equipamento para combate nestas circunstâncias".
Inglaterra
O ministro do Interior britânico de escalão intermediário John Denham renunciou nesta terça. É o terceiro ministro a deixar o governo em protesto contra a política do primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Denham disse, em um comunicado, que não pode apoiar o governo em uma votação sobre lançar uma guerra contra o Iraque.
Lula
Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, desrespeitou as Nações Unidas e a opinião de vários outros países, que defendem uma solução pacífica para a crise no Iraque. "Na minha opinião, desrespeita a ONU, não leva em conta o Conselho de Segurança, não leva em conta o que pensa o restante do mundo. E acho que isso é grave. É grave para o futuro da ONU, que é uma referência de comportamento das nações do mundo inteiro", enfatizou.
Questionado se considera o iminente ataque dos Estados Unidos ao Iraque uma ação legítima, o presidente foi enfático: "Eu acho que não tem (legitimidade)". Para Lula, o governo dos Estados Unidos transformou a guerra "em um problema eminentemente americano", porque, apesar de todos concordarem que o governo de Saddam Hussein deve ser desarmado, George W. Bush não tem o direito de, "sozinho, decidir o que é bom e o que é ruim para o mundo". As informações são da Agência Brasil.