Rússia perdeu US$ 55 bilhões por sanções desde 2014, estima ONU
O dado foi recopilado em um relatório sobre o impacto negativo das medidas coercitivas unilaterais nos direitos humanos
EFE
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 09h49.
Genebra - As sanções econômicas internacionais contra a Rússia , ditadas em particular pelos Estados Unidos e a União Europeia, causaram ao país perdas diretas equivalentes a US$ 55 bilhões desde começaram a ser aplicadas em 2014, segundo a ONU .
O dado foi recopilado em um relatório apresentado nesta quarta-feira no Conselho de Direitos Humanos pelo relator da ONU sobre o impacto negativo nos direitos humanos das medidas coercitivas unilaterais, como as que foram estabelecidas contra a Rússia após a anexação da península da Crimeia em março de 2014 e seu envolvimento posterior no conflito separatista no leste da Ucrânia.
O relator Idriss Jazairy, que realizou uma extensa investigação e esteve em uma missão oficial à Rússia em abril para recopilar informação de primeira mão, conclui em seu relatório que as sanções deveriam começar a ser suspensas gradualmente, começando por aquelas que afetaram a população.
A comunidade internacional mantém a Rússia sob um regime de sanções que incluem o bloqueio de ativos, proibição de viagens e medidas setoriais nas áreas das finanças, defesa e serviços petroleiros.
O relatório oferece dados sobre a forte deterioração da economia russa desde 2014 - redução dos investimentos per capita, aumento do número de pessoas vivendo em situação de pobreza e desaceleração do crescimento macroeconômico - mas conclui que este não se deveu unicamente às sanções, mas também à queda do preço do petróleo nesse mesmo ano.
A economia russa, além disso, está se recuperando e o rublo subiu 15% nos últimos 12 meses, acrescenta.
No entanto, o impacto das sanções não recai exclusivamente sobre a Rússia, mas também nos países que as criaram, com um custo de US$ 3,2 bilhões mensais, que atinge principalmente a União Europeia, de acordo com o relator.
Perante esta evidência, Jazairy considera que após três anos de implementação das medidas punitivas contra a Rússia, se requer "uma avaliação da sua efetividade".
"Recomendo que isto seja feito sem demora", concluíu Jazairy.