Economia

Ruim ou muito ruim? Os números do varejo em maio

Nesta quinta-feira o IBGE divulga uma nova rodada da pesquisa mensal do comércio, com os números do varejo no país

E-commerce: números de maio foram impactados pela greve dos caminhoneiros,  que parou o país por dez dias  / Alexandre Battibugli (Alexandre Battibugli/Reprodução)

E-commerce: números de maio foram impactados pela greve dos caminhoneiros, que parou o país por dez dias / Alexandre Battibugli (Alexandre Battibugli/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2018 às 06h56.

Última atualização em 12 de julho de 2018 às 07h22.

Se há alguma chance de o consumo impulsionar a economia brasileira, como se previa no início de 2018, ela deve aparecer nesta quinta-feira, quando o IBGE divulga uma nova rodada da pesquisa mensal do comércio, com os números do varejo no país. Os dados são referentes a maio, e devem ser impactados pela greve dos caminhoneiros, que parou o país por dez dias a partir do 21 de maio. Mas a expectativa é saber se os números virão relativamente ruins, ou muito abaixo do previsto antes da parada.

Números decepcionantes devem ser sinal de que os caminhoneiros sepultaram as chances de um avanço mais robusto no primeiro semestre. O índice acumulado para os primeiros quatro meses de 2018 mostrou alta de 3,4%, abaixo dos 4,6% de avanço no último quadrimestre de 2017. Um novo recuo nessa recuperação deve ser mal recebido pelos analistas de mercado.

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Os sinais da economia, como se sabe, não são positivos. A produção industrial em maio caiu 10,9% na comparação mês a mês, com destaque negativo para as montadoras, que tiveram queda de 29,8% na produção. O faturamento dos setores atacadista e de distribuição recuou 9,29% em maio ante o mesmo período do ano passado, levando o número acumulado do ano a uma queda de 4,6%. Uma boa notícia veio dos supermercados, que venderam 7,65% a mais em maio em relação ao ano passado, ajudados, em parte por uma corrida da população para estocar produtos em meio à greve.

A greve dos caminhoneiros também teve impacto na inflação, que em junho bateu 1,26%, a maior para o mês desde 1995. Outros efeitos ainda devem ser sentidos, com o tabelamento dos fretes e outras medidas para contentar os caminhoneiros. A indústria de São Paulo calcula um impacto de 3,3 bilhões de reais. Tantas notícias negativas, e uma crescente incerteza política, levam a sucessivas revisões para baixo no PIB. O boletim Focus, do Banco Central, já prevê expansão de 1,53% para o ano, ante previsões na casa dos 3% no início do ano. O Fundo Monetário Internacional divulgou ontem previsão de alta de 1,8% — ainda assim abaixo dos 2,3% previstos em abril. O varejo de maio, infelizmente, não deve reverter o pessimismo.

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