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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h06.
O principal obstáculo potencial para a manutenção do ritmo de crescimento das exportações não é o esgotamento da capacidade produtiva nem a recuperação do mercado doméstico. O perigo, afirma a Confederação Nacional da Indústria (CNI), são as evidentes deficiências na infra-estrutura de transportes, que estão prejudicando o escoamento da produção. Em recente boletim de análise, a CNI afirma que as reclamações sobre a falta de "linhas de transporte" e contêineres são crescentes.
A entidade reafirma que o grau de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação ainda permite o crescimento da produção sem entraves significativos no curto prazo. Ou seja, as empresas não estão sendo empurradas para uma situação em que terão de escolher o mercado interno ou o externo.
Já o receio de que a retomada da atividade doméstica prejudique as vendas externas não tem fundamento, diz a CNI, porque "as empresas incorrem cada vez mais em um custo não recuperável de construir canais de comercialização e conquistar clientes" em outros países. Por esse raciocínio, o simples abandono do mercado externo em razão do crescimento do interno é, cada vez mais, desestimulado.
De qualquer modo, estes dados não devem servir como pretexto para o imobilismo. "O importante é que o nível de investimento volte a aumentar", diz o texto da confederação. Pela análise da CNI, é justamente isso que vem acontecendo, com as crescentes importações de bens de capital servindo como "um forte sinal da retomada do investimento doméstico".
De fato, segundo boletim da consultoria Tendências divulgado nesta quarta-feira (13/10), a demanda interna por bens de capital registrou o melhor resultado do ano no mês de agosto, atingindo 5,2% acima da média dos oito primeiros meses do ano e 6% acima de julho. O dado, para a consultoria, confirma a expectativa de que o investimento privado registraria uma reação rápida à estabilidade macroeconômica e ao aumento de utilização da capacidade instalada.