Resultado eleitoral francês preocupa investidores
O candidato socialista François Hollande ficou em primeiro lugar na votação, com 28,6 por cento dos votos, contra os 27,2 por cento de Sarkozy
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2012 às 10h28.
Paris - O mau desempenho do presidente Nicolas Sarkozy no primeiro turno da eleição presidencial francesa, no domingo, causou ainda mais preocupação entre investidores já aflitos com a capacidade europeia de gerir sua dívida pública, e isso se refletiu nesta segunda-feira em pressões sobre ações e títulos franceses.
O candidato socialista François Hollande ficou em primeiro lugar na votação, com 28,6 por cento dos votos. Sarkozy, com 27,2 por cento, se tornou o primeiro presidente em exercício a não liderar no primeiro turno.
A terceira colocada, Marine Le Pen, canalizou a insatisfação popular com o desemprego e o baixo crescimento econômico, conseguindo 17,9 por cento dos votos - melhor resultado já obtido por um candidato de extrema direita no país.
Os CDS (um derivativo de crédito) franceses com prazo de cinco anos tiveram alta de 8 pontos-base, cotados a 207, acompanhando movimentos semelhantes de outros papéis soberanos da zona do euro. O spread (diferença) entre os títulos franceses e os alemães, que balizam o mercado, subiram, e o índice da Bolsa de Paris CAC-40 caiu, embora ainda com um desempenho melhor do que o de nações "periféricas" da zona do euro, como Espanha e Itália.
A boa votação de Le Pen gerou temores sobre um maior apoio regional a políticos populistas antieuro, o que poderia abalar ainda mais o já frágil consenso a respeito de como gerir a crise da dívida nos próximos meses.
Na Holanda, a recusa do direitista Partido da Liberdade em aceitar novos cortes orçamentários deve derrubar o governo local, e fazia com que o índice mercantil local AEX operasse em baixa de 2,04 por cento às 10h09 (horário de Brasília).
"A novidade é a extrema direita, não só na França , mas na Holanda. Isso é mais preocupante", disse Dan Sayag, gestor de fundos da Amilton Asset Management, em Paris.
O apoio francês ao euro até agora é relativamente sólido, já que oito em cada dez franceses são favoráveis a que o país continue usando a moeda única, segundo pesquisa publicada em fevereiro pelo jornal Le Figaro.
O executivo-chefe de investimentos do RMG, Stewart Richardson, disse que o resultado eleitoral francês e a crise política holandesa podem criar uma "tempestade perfeita".
"Parece que o eleitorado francês foi mais contra Sarkozy do que pensávamos na semana passada, e por isso houve um deslocamento para a esquerda na França", afirmou ele, que qualificou as propostas de Hollande como "um passo bastante ruim para a Europa como um todo".
O índice CAC40 operava em baixa de 2,37 por cento às 10h09 (horário de Brasília). O resultado poderia ser ainda pior se o mercado já não tivesse se preparado nos últimos dias para a esperada vitória socialista no primeiro turno.
Paris - O mau desempenho do presidente Nicolas Sarkozy no primeiro turno da eleição presidencial francesa, no domingo, causou ainda mais preocupação entre investidores já aflitos com a capacidade europeia de gerir sua dívida pública, e isso se refletiu nesta segunda-feira em pressões sobre ações e títulos franceses.
O candidato socialista François Hollande ficou em primeiro lugar na votação, com 28,6 por cento dos votos. Sarkozy, com 27,2 por cento, se tornou o primeiro presidente em exercício a não liderar no primeiro turno.
A terceira colocada, Marine Le Pen, canalizou a insatisfação popular com o desemprego e o baixo crescimento econômico, conseguindo 17,9 por cento dos votos - melhor resultado já obtido por um candidato de extrema direita no país.
Os CDS (um derivativo de crédito) franceses com prazo de cinco anos tiveram alta de 8 pontos-base, cotados a 207, acompanhando movimentos semelhantes de outros papéis soberanos da zona do euro. O spread (diferença) entre os títulos franceses e os alemães, que balizam o mercado, subiram, e o índice da Bolsa de Paris CAC-40 caiu, embora ainda com um desempenho melhor do que o de nações "periféricas" da zona do euro, como Espanha e Itália.
A boa votação de Le Pen gerou temores sobre um maior apoio regional a políticos populistas antieuro, o que poderia abalar ainda mais o já frágil consenso a respeito de como gerir a crise da dívida nos próximos meses.
Na Holanda, a recusa do direitista Partido da Liberdade em aceitar novos cortes orçamentários deve derrubar o governo local, e fazia com que o índice mercantil local AEX operasse em baixa de 2,04 por cento às 10h09 (horário de Brasília).
"A novidade é a extrema direita, não só na França , mas na Holanda. Isso é mais preocupante", disse Dan Sayag, gestor de fundos da Amilton Asset Management, em Paris.
O apoio francês ao euro até agora é relativamente sólido, já que oito em cada dez franceses são favoráveis a que o país continue usando a moeda única, segundo pesquisa publicada em fevereiro pelo jornal Le Figaro.
O executivo-chefe de investimentos do RMG, Stewart Richardson, disse que o resultado eleitoral francês e a crise política holandesa podem criar uma "tempestade perfeita".
"Parece que o eleitorado francês foi mais contra Sarkozy do que pensávamos na semana passada, e por isso houve um deslocamento para a esquerda na França", afirmou ele, que qualificou as propostas de Hollande como "um passo bastante ruim para a Europa como um todo".
O índice CAC40 operava em baixa de 2,37 por cento às 10h09 (horário de Brasília). O resultado poderia ser ainda pior se o mercado já não tivesse se preparado nos últimos dias para a esperada vitória socialista no primeiro turno.