Economia

Renováveis vão responder por 50% da eletricidade global até 2050

Mudança prevista para próximas décadas será acompanhada por aumento de 62% da demanda e grandes investimentos

Placas solares na Alemanha: Europa lidera a transição para as energias renováveis, que devem fornecer 92% da eletricidade da região até 2050 (Alex Kraus/Bloomberg)

Placas solares na Alemanha: Europa lidera a transição para as energias renováveis, que devem fornecer 92% da eletricidade da região até 2050 (Alex Kraus/Bloomberg)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 23 de junho de 2019 às 08h00.

Última atualização em 23 de junho de 2019 às 08h00.

A energia renovável vai responder por quase metade da eletricidade mundial até 2050 com a contínua redução dos custos de fontes eólicas, solar e de armazenamento de energia por bateria.

A grande mudança prevista para as próximas três décadas será acompanhada por um aumento de 62% da demanda por eletricidade e investimentos de US$ 13,3 trilhões em novos projetos, segundo relatório divulgado na terça-feira pela BloombergNEF.

A redução do uso de combustível fóssil traz grandes implicações para os mercados de energia e para a batalha contra a mudança climática. A fontes eólica, solar e de baterias são as ferramentas para que o setor de energia cumpra a meta de cortes de emissões estabelecida no Acordo de Paris, pelo menos até 2030, segundo a BNEF. Mas, depois disso, os países precisarão de outras tecnologias para fazer reduções mais profundas a um custo razoável, disse Matthias Kimmel, analista que coordenou o relatório.

"Para que as emissões cheguem onde queremos, precisamos de algo mais", disse Kimmel em entrevista.

Até 2050, a energia solar e eólica deve responder por quase 50% da eletricidade mundial, sendo que os recursos hídricos, nucleares e outros de energia renovável representarão outros 21%, de acordo com a BNEF. O carvão será o grande perdedor: a estimativa é que a participação do combustível na geração global de energia caia dos atuais 37% para 12% em 2050, disse a BNEF.

Outras fontes renováveis podem incluir sistemas geotérmicos, células de combustível e dispositivos que extraem energia das ondas e marés do oceano. Mas não está claro qual delas, ou se alguma, poderia ser implementada em larga escala a custos mais baixos. Outras tecnologias de baixa emissão poderiam ser desenvolvidas até 2030.

A BNEF acredita que muitos países podem reduzir as emissões do setor de energia até 2030, de acordo com as metas estabelecidas em Paris, para limitar o aumento das temperaturas mundiais a 2 graus Celsius. E isso seria possível sem subsídios adicionais.

Desde 2010, o custo da energia eólica caiu 49%, enquanto no segmento de energia solar a queda chegou a 85%, segundo a BNEF. Com isso, essas fontes se tornaram mais baratas do que novas usinas de carvão ou gás em dois terços do mundo. Os custos de armazenamento por bateria, por sua vez, caíram 85% desde 2010.

Europa lidera

A Europa lidera a transição para as energias renováveis, que devem fornecer 92% da eletricidade da região até 2050.

Na China e Índia, que continuam incorporando usinas de carvão às suas redes, as fontes solar e eólica responderão por quase dois terços da energia.

Nos EUA, a energia de fontes renováveis deve responder por apenas 43% do total até 2050, segundo a BNEF.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia renovável

Mais de Economia

Fazenda planeja anunciar novas medidas de contenção de gastos após 2º turno das eleições

Dados revelam otimismo cauteloso, mas como controlar a inflação sem sufocar o crescimento econômico?

Petrobras anuncia redução de 1,41% no preço do gás natural para distribuidoras

“Se defendermos a arquitetura do arcabouço fiscal chegaremos ao grau de investimento”, diz Haddad