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Reforma da previdência paulista é aprovada em meio a tumulto na Alesp

Servidores protestaram contra o projeto do governador João Doria e entraram em confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar

Alesp: reforma foi aprovada por 59 votos a 32 (PABLO WASHINGTON /PHOTOPRESS/Estadão Conteúdo)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de março de 2020 às 12h41.

Última atualização em 3 de março de 2020 às 15h44.

A votação da reforma da previdência paulista, que foi aprovada por 59 votos a 32 nesta terça-feira, 3, na Assembleia Legislativa, foi marcada por confusão. Servidores que protestavam contra o projeto do governador João Doria (PSDB) entraram em confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar, que estava dentro do prédio.

Servidores tentaram invadir o Plenário, que estava com portas fechadas. Um grupo de pessoas tentou arrombar uma das portas de acesso às galerias e a Polícia Militar reagiu com gás de pimenta. Em confronto, objetos foram arremessados contra os policiais. Um dos manifestantes abriu um hidrante no corredor da Casa, encharcando o chão.

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A confusão ainda continua no lado de fora da Alesp às 12h20. No fim da manhã, para tentar dispersar manifestantes na frente do prédio, a polícia jogou pelo menos duas bombas de efeito moral. Os corredores da Assembleia precisaram ser esvaziados por causa do gás lacrimogêneo.

Após a convocação de uma sessão extraordinária para votar a reforma a partir das 9h desta terça, deputados da oposição chamaram servidores para comparecerem à Casa uma hora antes para dar início a um protesto.

As sessões extraordinárias costumam ser realizadas à noite, mas foi esta convocada excepcionalmente para a manhã. "O presidente da Casa está utilizando todos os recursos e artimanhas para acelerar a votação da PEC", diz uma nota divulgada pela bancada do PT na Alesp.

2º turno

A previdência estadual foi aprovada em primeiro turno há duas semanas pelo placar de 57 a 31, no limite para garantir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). A intenção do governo era fazer a segunda votação no dia seguinte. A sessão foi interrompida após troca de ofensas e uma confusão que envolveu os deputados Douglas Garcia (PSL) e a deputada Marcia Lia (PT), com empurrões e socos.

A PEC estabelece uma idade mínima para aposentadoria, de 62 anos para mulheres e 65 para os homens, acaba com o recebimento de adicionais por tempo de serviço e proíbe a acumulação de vantagens temporárias - como o recebimento de valores adicionais na aposentadoria por ter exercido cargos de chefia no serviço público.

Para professores, a idade mínima de aposentadoria agora é de 51 anos para mulheres e 56 para homens. Policiais civis e agentes penitenciários, de ambos os sexos, devem se aposentar a partir dos 55 anos. Os militares não foram incluídos na proposta.

O governador de São Paulo, João Doria, elogiou, no Twitter, os deputados estaduais pela aprovação da PEC. Segundo ele, com a aprovação, os "parlamentares honraram os votos que receberam nas urnas" e "permitiram que o Governo de SP tenha equilíbrio fiscal e recupere sua capacidade de investimento".

Doria ainda comemorou a votação ao afirmar que hoje foi um "dia histórico para São Paulo". Segundo ele, o gasto para a área em São Paulo ultrapassa o orçamento destinado às áreas de saúde, segurança e educação. Com a aprovação da reforma o governo paulista espera economizar R$ 32 bilhões em dez anos.

Por fim, o governador declarou "repúdio" ao que chamou de "atos de vandalismo". "Não posso deixar de registrar meu repúdio aos atos de vandalismo presenciados durante a votação, dentro e fora da Alesp. Depredação do patrimônio público, intimidação aos parlamentares, agressão a policiais e desrespeito a democracia", escreveu o governador.

 

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