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Reeleição de Bush pode piorar risco fiscal dos Estados Unidos

Em contrapartida, a eleição do democrata John Kerry pode ampliar o protecionismo americano, segundo a Tendências Consultoria

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

À medida que a campanha presidencial americana aproxima-se do fim, as diferenças entre os dois principais candidatos o presidente republicano George W. Bush e o senador democrata John Kerry vão se acentuando. Segundo a Tendências Consultoria, a vitória de Bush representará um aumento dos riscos fiscais dos Estados Unidos e alimentará desequilíbrios geopolíticos. Já Kerry poderá fortalecer o protecionismo americano (como mostra reportagem de EXAME sobre as propostas dos candidatos).

Conforme a Tendências, após as eleições de 2 de novembro, o Partido Republicano deverá continuar com a maioria na Câmara dos Deputados. No Senado, é possível que os democratas reconquistem a maior parte das cadeiras. Se eleito, Kerry contará pouca margem de manobra para aumentar os impostos, a fim de combater o rombo das contas públicas, devido à resistência da maioria republicana. Durante a campanha, o democrata tem defendido o aumento dos impostos para as famílias com renda anual acima de 200 000 dólares. Por outro lado, Kerry também não terá muito espaço para ampliar os gastos públicos. Por isso, a Tendências afirma que a eleição do democrata representaria uma situação de relativo equilíbrio fiscal dos Estados Unidos.

O risco de desequilíbrio será maior, no caso de uma reeleição de Bush. O maior problema é a intenção do presidente republicano de tornar permanente os cortes de impostas que promoveu, em caráter temporário, em 2001 e 2003. Atualmente, o déficit fiscal americano representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) americano.

Geopolítica e protecionismo

Os temas internacionais e comerciais, porém, são os que demarcam as maiores diferenças entre os candidatos, conforme a Tendências. Apesar da imposição de medidas protecionistas em alguns setores, como a siderurgia e a agricultura, a administração Bush tem se caracterizado por posturas mais liberais no comércio internacional, segundo a consultoria. Essa posição é uma tentativa de reduzir as resistências de outros países para a conclusão de acordos multilaterais, seja no âmbito da Organização Mundial do Comércio, seja em relação à Alca.

A Tendências afirma que a vitória de Kerry daria margem para posturas mais protecionistas dos Estados Unidos. Embora o senador tenha votado favoravelmente à maioria dos acordos comerciais assinados pela administração Bush, o Partido Democrata é, historicamente, mais suscetível a pressões protecionistas. John Edwards, candidato a vice na chapa de Kerry, por exemplo, ataca constantemente a "exportação" de empregos americanos para outros países chegou a defender a revogação do Nafta.

Por fim, a Tendências reconhece que os riscos de desequilíbrio geopolítico aumentarão com a reeleição de Bush. O governo tem adotado posturas unilaterais e desconsiderado os alertas de fóruns internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU. Já Kerry, contará com mais simpatia dos países do Oriente Médio e de outras regiões para negociar soluções pacíficas para os conflitos mundiais.

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