Economia

Recessão da Argentina tocará piso no 1º trimestre de 2019, diz FMI

O novo acordo do FMI conclama o governo Macri a aprofundar os cortes de gastos e elevar os impostos

Bandeira da Argentina tremula em Buenos Aires (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Bandeira da Argentina tremula em Buenos Aires (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Reuters

Publicado em 11 de novembro de 2018 às 16h03.

BUENOS AIRES (Reuters) - A economia da Argentina tocará um piso nos primeiros três meses do próximo ano e começará a se recuperar no segundo trimestre, disse uma autoridade do Fundo Monetário Internacional (FMI) no sábado.

No mês passado, o Fundo elevou o tamanho de seu acordo de financiamento "standby" com a Argentina para 56,3 bilhões de dólares depois de negociar medidas fiscais mais duras que já prejudicam a popularidade do presidente Mauricio Macri antes de sua candidatura à reeleição em 2019.

"O piso da recessão será atingido no primeiro trimestre de 2019, e no segundo trimestre vamos ver uma recuperação", disse o chefe da missão do FMI para a Argentina, Roberto Cardarelli, à imprensa em Buenos Aires.

O novo acordo do FMI conclama o governo Macri a aprofundar os cortes de gastos e elevar os impostos para que o déficit fiscal primário, projetado em 2,7 por cento do Produto Interno Bruto em 2018, chegue a zero no próximo ano.

Reduzir o déficit durante um ano de eleição presidencial é quase inédito na Argentina, onde vastas camadas da população passaram a depender de programas e subsídios que ajudaram o país a se recuperar de uma crise econômica que jogou milhões de argentinos na pobreza.

As reduções nos gastos do governo estão se tornando ainda mais dolorosas devido a uma recessão que começou neste ano depois que uma seca arruinou o principal cultivo comercial do país, a soja.

O Fundo projeta que a terceira maior economia da América Latina vai contrair 2,8 por cento este ano e 1,7 por cento em 2019.

"O crescimento médio para o ano será negativo, especialmente porque o final deste ano será negativo. Haverá um efeito de carregamento", disse Cardarelli.

(Reportagem de Hugh Bronstein)

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