O agronegócio brasileiro obteve 18,5 bilhões de dólares em receitas de exportação no primeiro semestre deste ano, resultado 31,2% maior que o registrado em igual período de 2003. No mesmo tipo de comparação, as importações avançaram 3,1%, somando 2,4 bilhões.

Com base nos resultados, divulgados nesta quinta-feira (15/7), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que em todo o ano a balança comercial do agronegócio vai atingir um saldo de 30 bilhões de dólares, resultado de exportações de 35 bilhões e importações de 5 bilhões.

As exportações do complexo soja (que envolve grãos, farelo e óleo) somaram 5,4 bilhões de dólares entre janeiro e junho deste ano, 45,5% a mais que em igual período do ano passado. Já as remessas do complexo carnes (incluindo bovina, suína e de aves) atingiram 2,7 bilhões, 57% a mais que no primeiro semestre do ano passado.

"Em 2004, soja e carnes continuam sendo os destaques, mas a pauta exportadora do agronegócio está se ampliando, com crescimento das vendas de trigo, milho e algodão", afirma em comunicado Antonio Donizeti Beraldo, do Departamento de Comércio Exterior da entidade. No ano passado, exemplifica, o Brasil não exportou trigo. Em 2003, o saldo da balança do agronegócio foi de 24,8 bilhões de dólares (30,6 bilhões de exportações e 4,8 bilhões de importações).

A CNA afirma que os recentes problemas de suspensão das importações de soja pela China e de carnes pela Rússia e Argentina não comprometeram o desempenho do setor, e já estão superados. A entidade também chama atenção para a recuperação dos preços médios pagos pelos produtos agropecuários brasileiros no mercado internacional, de 33,2% no caso da soja e 31% no caso das carnes.

Beraldo aponta uma queda nas importações de lácteos e de trigo, graças à ampliação da produção interna brasileira.