Real foi segunda moeda que mais desvalorizou no mundo
Desvalorização do real foi de 67% nos últimos 12 meses, só perdendo para o rublo da Rússia, com 72%
João Pedro Caleiro
Publicado em 21 de setembro de 2015 às 18h37.
São Paulo - O real foi a segundo moeda do mundo que mais desvalorizou em relação ao dólar nos últimos 12 meses, de acordo com Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora.
Em primeiro lugar no ranking está o rublo da Rússia, com 72% de desvalorização, seguida do nosso real, com 67%.
A lista tem mais três emergentes - Colômbia (desvalorização de 51%), Turquia (-34%) e Malásia (-32%) - até que apareçam as economias avançadas de Noruega (-29%) e Nova Zelândia (-28%).
País | Desvalorização da moeda em relação a dólar |
---|---|
Rússia | 72,37% |
Brasil | 67,29% |
Colômbia | 51,48% |
Turquia | 34,15% |
Malásia | 32,03% |
Noruega | 29,16% |
Nova Zelândia | 28,87% |
México | 25,98% |
Austrália | 25,08% |
África do Sul | 21,63% |
Por um lado, há um fortalecimento generalizado do dólar no mundo - ciclo que ainda deve durar e está relacionado com uma divergência fundamental entre a política monetária dos Estados Unidos e do resto do mundo.
Os mercados já vem se antecipando ao que será o primeiro aumento de juros do Federal Reserve desde a crise financeira. A alta que não veio em setembro deve ocorrer em outubro, dezembro ou até mesmo 2016 ( os analistas divergem ).
Por outro lado, a desvalorização na Rússia e no Brasil são motivadas principalmente por turbulências internas. No caso dos russos, o problema é a queda do preço do petróleo e as sanções internacionais em vigor por causa da disputa territorial com a Ucrânia.
No nosso caso, o problema é que as crises política e econômica se retroalimentam e está ficando cada vez mais difícil vislumbrar uma solução fiscal e a volta do crescimento.
"A situação vai caminhando dentro do que se poderia esperar de pior. A queda do nível de atividade está se intensificando, as expectativas em relação ao futuro retardam as decisões de gastos das famílias e das empresas, a queda da atividade piora a arrecadação do governo, essa queda da arrecadação amplia o déficit público e isso piora as expectativas. É um poço sem fundo", diz Pedro Paulo.
Divulgado hoje, o último Boletim Focus, levantamento do Banco Central com previsões de economistas, prevê dólar a R$ 4 em 2016, ante previsão de 3,80 reais na pesquisa da semana passada.
Nesta segunda-feira, o dólar chegou próximo de R$ 4 e fechou em R$ 3,9970 - maior valor desde 10 de outubro de 2002.
São Paulo - O real foi a segundo moeda do mundo que mais desvalorizou em relação ao dólar nos últimos 12 meses, de acordo com Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora.
Em primeiro lugar no ranking está o rublo da Rússia, com 72% de desvalorização, seguida do nosso real, com 67%.
A lista tem mais três emergentes - Colômbia (desvalorização de 51%), Turquia (-34%) e Malásia (-32%) - até que apareçam as economias avançadas de Noruega (-29%) e Nova Zelândia (-28%).
País | Desvalorização da moeda em relação a dólar |
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Rússia | 72,37% |
Brasil | 67,29% |
Colômbia | 51,48% |
Turquia | 34,15% |
Malásia | 32,03% |
Noruega | 29,16% |
Nova Zelândia | 28,87% |
México | 25,98% |
Austrália | 25,08% |
África do Sul | 21,63% |
Por um lado, há um fortalecimento generalizado do dólar no mundo - ciclo que ainda deve durar e está relacionado com uma divergência fundamental entre a política monetária dos Estados Unidos e do resto do mundo.
Os mercados já vem se antecipando ao que será o primeiro aumento de juros do Federal Reserve desde a crise financeira. A alta que não veio em setembro deve ocorrer em outubro, dezembro ou até mesmo 2016 ( os analistas divergem ).
Por outro lado, a desvalorização na Rússia e no Brasil são motivadas principalmente por turbulências internas. No caso dos russos, o problema é a queda do preço do petróleo e as sanções internacionais em vigor por causa da disputa territorial com a Ucrânia.
No nosso caso, o problema é que as crises política e econômica se retroalimentam e está ficando cada vez mais difícil vislumbrar uma solução fiscal e a volta do crescimento.
"A situação vai caminhando dentro do que se poderia esperar de pior. A queda do nível de atividade está se intensificando, as expectativas em relação ao futuro retardam as decisões de gastos das famílias e das empresas, a queda da atividade piora a arrecadação do governo, essa queda da arrecadação amplia o déficit público e isso piora as expectativas. É um poço sem fundo", diz Pedro Paulo.
Divulgado hoje, o último Boletim Focus, levantamento do Banco Central com previsões de economistas, prevê dólar a R$ 4 em 2016, ante previsão de 3,80 reais na pesquisa da semana passada.
Nesta segunda-feira, o dólar chegou próximo de R$ 4 e fechou em R$ 3,9970 - maior valor desde 10 de outubro de 2002.