Racionamento de gás é pouco provável, diz consultoria
Na opinião da Tendências, mesmo no caso de desabastecimentos pontuais, o governo não deverá implantar programas de racionamento no curto prazo
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.
Apesar do alerta da Petrobras de que o agravamento da crise boliviana irá causar desabastecimento de gás dentro de uma semana, o governo não deverá tomar medidas de racionamento. Na opinião da consultoria Tendências, mesmo que o país enfrente problemas pontuais com a distribuição de gás, não será necessário impor uma economia do combustível entre os consumidores empresariais ou domésticos.
A análise da consultoria considera números do setor divulgados pela Revista Brasil Energia. O consumo de gás natural no país está concentrado na indústria (56,7%), geração termelétrica (27%) e no setor automotivo (13,3%). A parcela do consumo residencial ainda é pequena: 1,4% do total. De acordo com a Petrobras, o Brasil consumiu 39 milhões de metros cúbicos por dia do produto, sendo que, deste total, 20% vieram da Bolívia.
Qualquer que seja o cenário nos próximos dias, a Tendências aponta uma conseqüência imediata da crise boliviana no Brasil. O consumidor final sofrerá um aumento de custo, seja para sanar prejuízos no curto prazo das empresas que dependem de gás natural ou "em virtude de um maior retorno exigido por petrolíferas multinacionais que vierem a investir na região, no futuro", diz o relatório da consultoria.