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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse nesta manhã que o Brasil terá de ser uma potência econômica, mas não conseguirá isso sem desenvolvimento social e redistribuição de renda.
Dirceu, que falou no discurso de abertura do debate "100 dias do governo Lula", promovido por EXAME, afirmou que o crescimento econômico depende de um projeto de desenvolvimento nacional.
Para o ministro, a retomada do desenvolvimento passa por diversas reformas do Estado. "É preciso reformar a estrutura tributária e previdenciária, permitindo redistribuir a renda recuperar a capacidade de poupança interna."
Dirceu disse que o Brasil precisa reconstruir e reforçar diversas áreas de sua infra-estrutura. Os setores de transporte e portos, energia e telecomunicações dependem de reformas. "A estratégia do governo até aqui para as telecomunicações foi apenas privatizar, mas precisamos reorganizá-las, permitindo um novo salto desse setor", disse ele.
O ministro enfatizou a necessidade de reorganizar o setor de energia, rediscutindo também a relação com os países da América do Sul. "O acordo do gás que fechamos com a Bolívia é uma herança maldita, pois o gás chega caro demais, não é usado e acaba prejudicando as economias do Mato Grosso do Sul e Paraná."
Ele afirmou ao longo de seu discurso que é preciso criar um mercado de capitais sólido e levar esse debate à sociedade: "Não é líquido e correto que o Banco Central deva ser independente. A sociedade precisa debater essa e outras questões", disse o ministro. Nas suas palavras, a questão central para levar o Brasil ao status de potência econômica é "como crescer de modo sustentado sem fechar o país, sem transformá-lo numa autarquia". A resposta, afirmou Dirceu, é que "não haverá desenvolvimento sem desenvolvimento social e se o povo brasileiro não for ator e beneficiado com ele".