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Estender auxílio de R$600 por um ou dois meses não quebrará país, diz Maia

O Ministério da Economia defende que o auxílio emergencial seja estendido por dois meses, mas no valor de R$ 300

Maia: presidente da Câmara contesta argumento do governo sobre corte no valor do auxílio emergencial (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de junho de 2020 às 10h40.

Última atualização em 23 de junho de 2020 às 12h12.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira que estender o auxílio emergencial de R$ 600 pago a trabalhadores informais, desempregados e autônomos por mais um ou dois meses não vai "quebrar" o País financeiramente.

"É exagero de quem diz isso", disse o parlamentar em videoconferência promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro alegou em uma transmissão ao vivo pelas suas redes sociais que vetaria eventual proposta do Congresso Nacional que estipulasse o pagamento pelo governo federal de mais duas parcelas do benefício com o valor atual. O Ministério da Economia defende que o auxílio seja estendido por dois meses, mas seguindo a quantia de R$ 300.

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Para o presidente da Câmara, é necessário pensar em um "grande programa com foco na renda dos mais vulneráveis". No entanto,Maiafez a ressalva de que pagar os R$ 600 por tempo indeterminado seria "inviável".

Ele criticou o cadastro utilizado pelo governo federal para o pagamento do auxílio emergencial, que "gerou confusão" e não aproveitou os dados já detidos pelos municípios. Na avaliação do parlamentar, a gestão de Jair Bolsonaro deveria pensar em um pente fino na lista dos beneficiados pelos R$ 600 para eliminar aqueles que não precisam da quantia ou o receberam indevidamente.

Nesse sentido,Maiaressaltou a necessidade de organizar esses desembolsos "no curto prazo" e, depois, estudar a criação de uma renda mínima aos mais vulneráveis baseada no cadastro único do INSS e na lista de beneficiários do Bolsa Família.

Crédito a empresas

Maia afirmouque o fato de as medidas de fomento ao crédito a micro, pequenas e médias empresas não ter chegado à ponta é a questão "mais grave" na frente econômica do combate à pandemia do novo coronavírus.

O parlamentar disse que as medidas provisórias (MPs) editadas pelo governo federal sobre esse tema serão aprimoradas no Congresso Nacional.Ele louvou ainda a qualidade demonstrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no enfrentamento à covid-19 e ressaltou que o problema está na economia.

Sobre as reformas estruturantes,Maiarepetiu que a prioridade da Câmara dos Deputados será a retomada da tramitação da tributária. Ele apontou ter a informação de que a reforma administrativa só será enviada pelo Palácio do Planalto no ano que vem.

Maiaalertou sobre como a eventual chegada da relação entre a dívida pública brasileira e o Produto Interno Bruto (PIB) à marca de 100% seria um custo "muito pesado" para a sociedade.

O presidente da Câmara dos Deputados afirmou, ainda, que houve algum apaziguamento dos conflitos institucionais do Poder Executivo com os Poderes Legislativo e Judiciário, mas cobrou uma agenda para o período pós-pandemia do governo federal.

O parlamentar sugeriu que o presidente Jair Bolsonaro convocasse uma reunião com os representantes dos três Poderes para se chegar a uma "pactuação".Maiapontuou também que a participação de Bolsonaro em atos antidemocráticos em Brasília "não ajuda" as relações institucionais.

Prisão em 2ª instância

Maia afirmou que há políticos corruptos, mas que há empresários que também o são. Tratou-se de uma resposta a um apelo pelo avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a prisão de réus após condenações em segunda instância.

O parlamentar ressaltou que pretende trabalhar pela aprovação da matéria em todas as esferas, com aplicação não só na esfera criminal ou administrativa, mas também na área trabalhista, por exemplo.

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