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Quem ficar fora do leilão 4G pode virar alvo de aquisição

Segundo Anatel, qualquer operadora que ficar de fora do leilão da faixa de 700 MHz enfrentará pressão de aquisição por outras empresas

Loja da Oi: segundo superintendente da Anatel, operadora é a que enfrenta as maiores dificuldades (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 21h46.

São Paulo - Qualquer operadora de telefonia móvel no Brasil que ficar de fora do leilão da faixa de 700 MHz para o 4G enfrentará pressão de aquisição por outras empresas do setor, disse em entrevista à Reuters nesta quarta-feira o superintendente de competição da Agência Nacional de Telecomunicações ( Anatel ), Carlos Baigorri.

Segundo ele, o Grupo Oi é a operadora no país que enfrenta as maiores dificuldades financeiras, mas ele mostrou confiança de que a companhia participará do leilão.

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Baigorri afirmou que a Oi é a única grande operadora no país que ainda não anunciou se participará do leilão, que deve acontecer em setembro.

Questões sobre o papel da Oi no leilão 4G surgem após problemas de sua sócia Portugal Telecom num empréstimo de mais de 1 bilhão de dólares para um acionista da companhia. A fusão transatlântica deveria fortalecer as finanças da Oi, mas após o empréstimo não ter sido pago, a Fitch cortou o rating de crédito da companhia para grau especulativo.

"Das quatro operadoras do Brasil, a Oi é a que tem a situação financeira mais desafiadora", disse Baigorri em entrevista por telefone, de Brasília. "Não se pode negar que entrar no leilão será um desafio para a Oi."

"Qualquer empresa que ficar de fora do próximo leilão iria se tornar um operador de nicho de 4G", acrescentou. "É muito provável que o valor dessa empresa comece a sangrar. Logo, é de se esperar que vai ser a empresa a ser consolidada por 3."

Um porta-voz da Oi não quis comentar as declarações de Baigorri.

A especulação cresceu neste ano sobre possíveis fusões no mercado de telecomunicações, que vem desacelerando no Brasil, onde a forte concorrência e investimentos elevados em novas tecnologias estão pressionando os lucros. Baigorri disse que, até recentemente, muitos pensavam que a Oi lideraria uma consolidação sobre a TIM, unidade local da Telecom Italia SpA.

Qualquer consolidação seria uma decisão de mercado, e não uma escolha pela Anatel, disse Baigorri. Se isso resultar em menos operadoras, os reguladores teriam de responder com "medidas mais drásticas" para estimular a concorrência, como incentivar a criação de operadoras virtuais, que competiriam em redes existentes.

Baigorri disse que não seria o caso numa eventual fusão da TIM com a GVT, a unidade local em banda larga da francesa Vivendi SA. A combinação de uma operadora de telefonia fixa e uma operadora de telefonia móvel seria "muito fácil e bem-vinda" do ponto de vista da Anatel, disse ele.

Mais cedo nesta quarta-feira, o presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, disse após reunião com a presidente Dilma Rousseff que não poderia descartar uma fusão com a GVT, mas que tal movimento não está na agenda por enquanto.

O Cade, órgão antitruste, também teria de rever qualquer fusão envolvendo grandes operadoras de telecomunicações no país.

O Cade já recomendou a Telefonica a reduzir sua participação na Telecom Italia, por exemplo, dado o conflito de interesses entre TIM e Telefônica Brasil.

Nos próximos dias, a Telefônica deve buscar a aprovação do Cade para os seus planos de redução da participação, disse Baigorri.

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