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Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2009 às 19h41.
A união da Braskem com a Quattor, caso se concretize, iria dar origem à segunda maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, atrás apenas da Dow, cuja capacidade instalada é de 5,703 milhões de toneladas/ano. Juntas, as brasileiras poderiam produzir até 5,506 milhões de toneladas/ano.
As negociações que envolvem a compra da Quattor pela Braskem foram antecipadas pelo Portal EXAME. A concretização da operação, no entanto, é vista com ressalvas pelo mercado. Se por um lado a aquisição do Quattor criaria um monopólio na fabricação resinas plásticas no Brasil e dirimiria os riscos de ingresso de um concorrente internacional no país, por outro abriria espaço para possíveis arranhões à saúde financeira da Braskem, e também a deixaria mais exposta ao risco política de ter a Petrobras como acionista majoritária. É nesse ponto que o negócio pode emperrar. Com a venda da Quattor, a Petrobras pretenderia dividir o controle da Braskem com a Odebrecht, que aparentemente não teria intenção de deixar de ser majoritária.
Do ponto de vista do mercado, a compra promete não gerar grandes reflexos. A direção da Associação Brasileira da Indústria do Plástico avalia que as importações seriam uma válvula de escape caso a operação venha a provocar alta nos preços das resinas. Em relação ao Conselho de Defesa Econômica (Cade), as restrições feitas pelo órgão em grandes fusões costumam ser maiores em casos que afetem mais diretamente o consumidor final.
No ano passado, o Brasil produziu 4,919 milhões de toneladas de resinas plásticas. O consumo aparente (que inclui produção local mais importação menos exportação) foi de 5,248 milhões de toneladas. As importações somaram 1,560 milhão de toneladas e as exportações alcançaram 903,6 mil toneladas. Vale destacar que 2008 foi um ano atípico, uma vez que as centrais petroquímicas nacionais realizaram paradas técnicas para ampliação e manutenção de suas atividades.