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Qualquer decisão sobre aço vai gerar prejuízos eleitorais a Bush

Enquanto o governo dos Estados Unidos não decide se acata a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que determinou segunda-feira (10/11) a ilegalidade das salvaguardas sobre importação de aço e derivados, cresce o lobby para que seja criado algum tipo de mecanismo para defesa da indústria siderúrgica local. De acordo com reportagem publicada no […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h10.

Enquanto o governo dos Estados Unidos não decide se acata a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que determinou segunda-feira (10/11) a ilegalidade das salvaguardas sobre importação de aço e derivados, cresce o lobby para que seja criado algum tipo de mecanismo para defesa da indústria siderúrgica local.

De acordo com reportagem publicada no site do jornal Financial Times, os americanos consideram uma alteração radical nas leis sobre comércio desleal que penalizariam severamente importadores, mesmo que Washington se submeta à decisão do Órgão de Apelação da OMC. Essa complexa mudança metodológica incrementaria fortemente as obrigações sobre compras de aço de outros países.

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De acordo com o FT, o escritório de advocacia Dewey Ballantine, de Washington, representante das maiores companhias produtoras de aço dos Estados Unidos, apresentou estudos detalhados ao governo norte-americano argumentando em favor da nova metodologia. Pelo estudo, a legislação atual proporciona uma enorme vantagem competitiva para negociantes desleais, às custas dos negociantes leais .

Para Richard Cunningham, advogado que representa a siderúrgica anglo-holandesa Corus, os Estados Unidos pretendem pregar uma peça no mercado internacional de siderurgia. Ian Rodgers, diretor da associação das siderúrgicas do Reino Unido, qualificou a iniciativa como um presentinho à indústria do aço [dos EUA], para mantê-los dóceis caso Bush decida suspender as tarifas .

Perde-perde

O desfecho do caso ameaça os Estados Unidos com as maiores sanções da história da OMC. A União Européia já avisou que vai dar o troco: US$ 2,2 bilhões em produtos politicamente sensíveis , capazes de causar estragos em ano eleitoral. Os europeus vão mirar suas sobretaxas de 8% a 30% sobre itens como têxteis, produzidos no sul dos EUA, e cítricos da Flórida, estados decisivos para a reeleição de Bush. Caso aceite suspender as salvaguardas, o presidente americano também se expõe a prejuízos eleitorais em estados como Ohio e Pensilvânia, cujas economias dependem fortemente das indústrias de aço.

O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, demonstrou ceticismo quanto ao respeito americano à determinação da OMC. Gostaria que Bush reconhecesse e se adequasse à liberalização do comércio. Mas não creio que isso vá acontecer , disse o empresário, presente a almoço oferecido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo em homenagem ao presidente de Portugal.

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