Produtos falsificados movimentam US$ 509 bi no comércio internacional
Aumento nos números aconteceu em um período no qual as trocas comerciais sofreram uma desaceleração
EFE
Publicado em 18 de março de 2019 às 12h29.
Paris — O peso dos produtos falsificados e pirateados no comércio internacional, estimado em 2,5% do total em 2013, aumentou até os 3,3% em 2016, quando atingiu um valor de US$ 509 bilhões, com a China como primeiro país de origem.
Esse aumento aconteceu em um período no qual as trocas comerciais sofreram uma desaceleração, destacaram em um relatório apresentado nesta segunda-feira, 18, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO).
Esses números se baseiam só nas apreensões realizadas pelos serviços alfandegários e não levam em conta os bens falsificados consumidos no país em que são produzidos e nem os produtos digitais pirateados distribuídos pela internet.
Por isso, os autores do estudo sublinharam que a magnitude do fenômeno e sua tendência crescente supõem "um risco potencial significativo para a propriedade intelectual em uma economia baseada no conhecimento aberto".
Mais de 50% dos produtos expropriados pelas alfândegas em 2016 procediam da China, embora três anos antes a porcentagem tenha sido superior a 60%.
Mas é preciso levar em conta que isso não inclui os que saíram de Hong Kong, que representavam pouco mais de 20% em 2013 e quase 30% três anos depois.
Ficam identificados como importantes locais de passagem desses bens falsificados ou pirateados Hong Kong, Singapura e os Emirados Árabes Unidos.
Em termos relativos, o que mais se falsifica são calçados (22% de valor do apreendido), seguidos pelas roupas (16%), produtos de couro (13%), materiais elétricos (12%), relógios (7%), equipamentos médicos (5%), brinquedos (3%), joias (2%) e remédios (2%).
A União Europeia é um dos principais destinos e representa 6,8% das importações em 2016, atingindo um valor de 121 bilhões de euros (US$ 134 bilhões). Em 2013, representava 5%.
De todos os bens expropriados pelas alfândegas, 24% afetavam marcas ou patentes americanas, 17% francesas, 15% italianas, 11% suíças e 9% alemãs.