Mulher trabalha em fábrica têxtil em Jiujiang, na China: produção industrial cresceu 9,3 por cento em abril na comparação com o mesmo período do ano anterior (AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2013 às 10h17.
Pequim - O crescimento da produção industrial da China foi surpreendentemente fraco em abril e os investimento em ativos fixos desaceleraram, reacendendo preocupações de que a nascente recuperação está patinando e aumentando a pressão sobre as autoridades para agirem a fim de estimular a economia.
No entanto, a política monetária já frouxa e o crescente aumento dos preços de moradias complicam as opções disponíveis para a nova liderança de Pequim, levando alguns analistas a dizer que qualquer resposta pode se limitar a medidas fiscais.
A produção industrial cresceu 9,3 por cento em abril na comparação com o mesmo período do ano anterior, após uma mínima de sete meses de 8,9 por cento em março, mas ainda assim abaixo da expectativa do mercado de expansão de 9,5 por cento, divulgou nesta segunda-feira a Agência Nacional de Estatísticas.
"A atividade econômica continua fraca", afirmou Liang Youcai, economista sênior do Centro Estatal de Informação, uma agência de pesquisa do governo.
"Nós agora esperamos que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre cresça aproximadamente 7,8-7,9 por cento, se não houver medidas de estímulo." Os dados desta segunda-feira prejudicam ainda mais as esperanças de um restabelecimento decisivo da segunda maior economia do mundo, após o anúncio do mês passado de que o crescimento esfriou inesperadamente no primeiro trimestre do ano para 7,7 por cento.
O crescimento dos investimentos em ativos fixos, um importante motor da economia chinesa, também ficou abaixo das estimativas, crescendo 20,6 por cento nos quatro primeiros meses de 2013 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Economistas esperavam um crescimento de 21 por cento.
Apenas vendas no varejo atingiram as expectativas do mercado, ao crescerem 12,8 por cento em abril ante o ano anterior.
Dilema de política
Para investidores, a grande questão agora é se a recuperação econômica da China continua intacta. A evidência deste mês destaca o crescente dilema de política de Pequim, com economistas dizendo que a recuperação --se é que há uma-- ainda está frágil.
Dados divulgados na semana passada mostraram que a inflação ao consumidor da China, apesar de controlada, acelerou mais do que o esperado em abril, diminuindo o espaço para Pequim afrouxar ainda mais a política monetária se o crescimento se enfraquecer.
Pior do que isso, dados comerciais surpreendentemente fortes na semana passada que se mostraram incongruentes com a demanda externa sugeriram que um fluxo substancial de dinheiro especulativo apostando na alta do iuan está se desviando dos controles de capital da China.
Um fluxo de dinheiro especulativo para a China é uma dor de cabeça para Pequim, uma vez que isso pode alimentar um rali no mercado imobiliário do país, onde os preços já estão em máximas recordes.
"A política monetária está enfrentando um dilema agora", afirmou Jiang Chao, analista do Haitong Securities em Xangai. "Por um lado, o banco central não pode cortar a taxa de juros por temores de reanimar a inflação imobiliária. Mas por outro lado, a China está vendo um aumento das pressões de fluxos especulativos." (Reportagem de editoria de economia da China)