Economia

Produção industrial cresce 2,4% em 2002, diz IBGE

A produção industrial brasileira cresceu 2,4% em 2002 na comparação com o ano anterior. Em relação a dezembro de 2001, a produção cresceu 5,5%. No último trimestre houve crescimento de 6,4% em relação ao mesmo período de 2001, e de 2,2% em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Também houve crescimento de […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

A produção industrial brasileira cresceu 2,4% em 2002 na comparação com o ano anterior. Em relação a dezembro de 2001, a produção cresceu 5,5%. No último trimestre houve crescimento de 6,4% em relação ao mesmo período de 2001, e de 2,2% em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Também houve crescimento de 4,7% na comparação entre o segundo semestre de 2002 e o de 2001. No entanto, entre dezembro e novembro do ano passado, houve queda de 1,8%, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (6/2) pelo IBGE.

A queda de 1,8% já descontadas as influências sazonais verificada na passagem de novembro para dezembro interrompe uma seqüência de seis meses de crescimento neste tipo de comparação e atinge a maioria (18) dos 20 ramos pesquisados e todas as quatro categorias de uso. Entre os ramos industriais, vale mencionar os desempenhos de extrativa mineral (-7,0%), minerais não metálicos (-4,6%) e mecânica (-4,5%). O setor extrativo mineral foi influenciado, nos últimos dois meses, pelas paradas programadas para manutenção em campos de petróleo e gás natural. A indústria mecânica reduz o patamar de produção após crescer nos seis meses anteriores, período em que acumulou taxa de 17%. Em minerais não metálicos, a queda em dezembro se dá após quatro meses de aumento do nível de produção, período em que essa indústria cresceu 6,1%.

Nos índices por categorias de uso, a principal queda é a de bens de capital (-8,5%), que em dezembro registra seu menor nível de produção no ano, vindo a seguir bens de consumo duráveis (-1,5%), semiduráveis e não duráveis

(-1,4%) e bens intermediários (-0,7%).

Em relação a dezembro de 2001, o indicador geral da indústria mostrou crescimento de 5,5%, mantendo uma seqüência de sete meses de taxas positivas. Doze dos vinte ramos pesquisados assinalaram aumento de produção, sendo que os maiores impactos positivos, por ordem de importância, vieram de: metalúrgica (16,4%), mecânica (18,6%), material de transporte (16,7%) e produtos alimentares (4,9%).

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com dezembro de 2001, o segmento de bens de consumo duráveis obteve a taxa mais elevada (8,8%), apoiado principalmente no aumento da produção de automóveis ((15,4%), embora a fabricação de motocicletas (23,4%) e de eletrodomésticos (6,1%) tenha também crescido. A produção de bens intermediários mostrou expansão de 7,4% na comparação com dezembro de 2001, impulsionada sobretudo pelos 9,7% de crescimento na área de insumos industriais elaborados, onde destacaram-se os produtos siderúrgicos. Vale notar que, neste mês, a contribuição do setor de extração de petróleo e gás natural foi negativa, pois registrou queda de 5,5%. Embora os setores mais associados às exportações e à agroindústria permaneçam como os de maior dinamismo entre os bens intermediários, segmentos tipicamente associados ao comportamento da demanda interna, como a fabricação de insumos para construção civil (5,0%) e embalagens (1,2%), mantêm neste mês resultados positivos.

A produção de bens de capital em dezembro de 2002 superou em apenas 0,5% a de igual mês do ano anterior e foi influenciada positivamente pelo crescimento de bens de capital para fins industriais (29,3%) e para o setor de transporte (24,2%). O subsetor de bens de capital para a agricultura teve queda de 0,3%. A principais pressões negativas continuam sendo dadas por equipamentos para energia elétrica (-30,1%) e para construção (-5,1%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis também mostrou ligeiro crescimento (0,5%) e foi favorecida pelos resultados de semiduráveis (0,7%) e alimentos e bebidas para consumo doméstico (4,5%). Pressionaram negativamente as quedas na fabricação de carburantes (-3,9%) e de produtos farmacêuticos (-16,6%).

Os índices de médias móveis trimestrais mostram que o patamar de produção para o total da indústria se manteve estável entre dezembro e novembro passados, o mesmo ocorrendo entre os segmentos de bens intermediários e de bens semiduráveis e não duráveis. A produção de bens de capital mostrou um recuo de 0,8%, enquanto o setor de bens de consumo durável sustentou a trajetória de crescimento com taxa de 1,4%.

2002

O resultado final para o ano de 2002, crescimento de 2,4%, reflete o aumento de produção em 13 ramos industriais. A extrativa mineral, com acréscimo de 10,7%, é o ramo de maior impacto sobre o desempenho global, vindo a seguir: mecânica (8,7%), produtos alimentares (4,2%) e metalúrgica (3,3%). Vale citar, pela sua magnitude, o crescimento obtido pela indústria do fumo (22,8%). As quedas que mais pressionaram a taxa global foram as de material elétrico e de comunicações (-11,8%) e vestuário e calçados (-2,1%).

Os índices por categorias de uso confirmam a liderança dos bens intermediários no desempenho industrial em 2002. Apoiada no crescimento da extração de petróleo e gás e em setores mais articulados à agroindústria e às exportações, a produção de bens intermediários aumentou 3,1%. Também acima da média industrial, os bens de consumo duráveis registraram aumento de 2,8%, tendo como destaques o comportamento positivo de eletrodomésticos (4,9%) e motocicletas (14,6%). Mais dependente da evolução da massa salarial, a produção de bens de consumo semi e não duráveis registrou taxa de 0,2%, graças sobretudo ao crescimento no subsetor de alimentos e bebidas para consumo doméstico (2,8%), onde destacaram-se itens com presença importante no comércio exterior, como suco de laranja e aves abatidas. A produção de semiduráveis (confecções e calçados) foi 3,4% menor que em 2001.

Semestres

Os indicadores semestrais mostram que o índice de 2,4% para o ano de 2002 é decorrente dos 4,7% de expansão registrados para o segundo semestre, relativamente a igual período de 2001, uma vez que no primeiro semestre o crescimento foi praticamente nulo (-0,1%). Esse movimento é igualmente observado nos bens intermediários (acréscimo de 0,2% no primeiro semestre e de 6,0% no segundo) e nos bens de consumo duráveis (de -5,3% para 11,4%). A produção de bens de capital e de bens de consumo semi e não duráveis perdeu ritmo entre os dois semestres. No primeiro caso as taxas foram de -0,9% e -1,2% e, no segundo, de 0,4% e -0,1%, respectivamente. Essa perda de dinamismo pode estar relacionada, no caso de bens de capital, às incertezas que marcaram o segundo semestre e, nos bens de consumo não duráveis, à evolução da massa salarial.

Recuperação do setor automobilístico

Como dito anteriormente, o setor de bens intermediários é o mais influenciado pelos fatores que sustentaram o ritmo industrial ao longo de 2002 (ampliação da produção de petróleo e gás; desempenho favorável das exportações e aumento da atividade agroindustrial). No caso de bens de consumo duráveis, observa-se uma significativa recuperação no subsetor automobilístico, cujo resultado anual mostra uma queda de 3,3%, mas que, ao longo do ano, saiu de uma redução de 12,5% no primeiro semestre, para um acréscimo de 7,9% no segundo, Esse movimento esteve relacionado principalmente ao aumento das vendas internas que, num contexto de juros elevados e redução da massa salarial, teriam sido influenciadas pelo pagamento do FGTS e pela migração de aplicações em ativos financeiros para compra de bens duráveis de alto valor (automóveis) ou de imóveis. A reação observada nos últimos meses do ano passado nos índices de insumos típicos para a construção civil reforça essa hipótese.

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