Pressões inflacionárias são compensadas por baixa renda e desemprego

Tendo em vista o comportamento recente do governo, o processo de queda dos juros não será interrompido hoje (19/5), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciar qual foi sua decisão sobre a taxa básica da economia, a Selic. A opinião é da Global Invest. A consultoria divulgou hoje um relatório no qual afirma que, se o Copom optar por manter os juros estáveis, "corre o risco de o mercado interpretar que os fundamentos da economia não são sólidos".

Pela análise da Global Invest, ainda que a Petrobras reajuste os preços dos combustíveis acima do estimado pelo Banco Central para 2004 (9,5%), "há outras forças de baixa que contrabalançam a alta e que estão ocorrendo devido ao baixo nível de emprego e de renda que não sancionam, por exemplo, aumentos de produtos semi e não duráveis".

O texto também afirma que, a partir de abril de 2003, com a queda da inflação, os juros reais foram pressionados para cima, batendo em 14,3% ao ano em março deste ano, o maior nível desde dezembro de 1999. Porém, no mês passado, a taxa de juros efetiva iniciou um processo de recuo, para 14,1%. Com base nas projeções, a expectativa é de juros reais de 13,5% em maio e 12,2% em junho.

De qualquer modo, a taxa real praticada no Brasil, seja 14% ou 12%, é ainda muito maior do que a média de 18 países emergentes analisados pela Global Invest, de 4,7%.
Juros reais em abril de 2004