Presidente do BC diz que pior ficou para trás, segundo jornal
Ilan Goldfajn disse à Folha de S. Paulo que a dúvida da autoridade monetária é se a recuperação será gradual ou mais intensa
Reuters
Publicado em 26 de agosto de 2017 às 13h04.
São Paulo - O presidente do Banco Central , Ilan Goldfajn, afirmou em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo neste sábado que está "cada vez mais evidente" que o pior da crise econômica do Brasil ficou para trás e que a dúvida da autoridade monetária neste momento é se a recuperação será gradual ou mais intensa.
"Eu diria que está cada vez mais evidente que o pior ficou para trás, e a economia estabilizou. A dúvida é o ritmo de recuperação. É gradual, ou será mais forte? É nisso que nós estamos pensando agora", disse Goldfajn, segundo o jornal.
"Há um ano, todos imaginavam que a economia brasileira poderia voltar a crescer a partir do aumento de confiança, que geraria investimentos, renda e consumo", afirmou o presidente do BC segundo o jornal.
"O emprego seria o último a se recuperar. Essa ordem está um pouco diferente. A inflação caiu mais rápido do que se imaginava. Inflação baixa gera aumento de salário real, que gera consumo, e a economia começa a se recuperar. Essa é uma hipótese. A outra é [a liberação das contas inativas do] FGTS, que pode ter dado um alento", acrescentou.
No início do mês, em entrevista durante o Reuters Latin American Investment Summit, Ilan afirmou que a recuperação do mercado de trabalho estava vindo "um pouquinho mais rápida", mas que esse movimento já estava contemplado no cenário do BC, que também considera o crescimento econômico e o retorno do consumo e dos investimentos.
Na entrevista à Folha, o presidente do BC afirmou ainda que acredita que as incertezas sobre a economia melhoraram desde maio - mês da delação dos irmãos Batista que envolveram o presidente Michel Temer - diante da aprovação da reforma trabalhista e do andamento da nova política de juros do BNDES.
"As reformas geram mais conforto para a política monetária de longo prazo. Uma taxa [de juros] estrutural que permite chegar à meta de inflação de forma sustentável. E quanto menor [a taxa] for, melhor", afirmou Ilan, segundo a Folha.