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Presidente da Petrobras defende sua prática de política de preços

O executivo também afirmou que o plano de desinvestimento da estatal não é importante só para Petrobras, e sim para o país

Pedro Parente: reiterou a meta de alavancagem da estatal, de 2,5 vezes, até 2018 (Germano Luders/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 12h45.

São Paulo - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta terça-feira, 8, que a mudança de valores dos combustíveis é fato da vida, porque trata-se de uma commodity, o petróleo, cujos preços variam todo dia. "A prática dessa política (de preços) por período prolongado reduzirá a chance de preços praticados abaixo da paridade", opinou. "É uma nova Petrobras, em relação à política de preços", afirmou durante evento Encontro CEO Exame, em São Paulo.

O executivo também afirmou que o plano de desinvestimento da estatal não é importante só para Petrobras, e sim para o País. Como exemplo, ele citou a venda de ativos em campos terrestres, o que permitirá o investimento de terceiros em um segmento que não é expertise da Petrobras.

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Ele também reiterou a meta de alavancagem da estatal, de 2,5 vezes, até 2018.

Privatização

A sociedade brasileira não estaria preparada para uma discussão sobre a privatização da Petrobras, afirmou o presidente da estatal. Em sua avaliação, a abertura de uma discussão como essa só atrapalharia.

"Não há esse tema de discussão na agenda. A sociedade brasileira, pelo amor que sente, pela revolta que sentiu, não estaria preparada para essa discussão", avaliou Parente. "Não é porque a empresa é estatal que terá fracasso nem porque é privada que terá sucesso", acrescentou.

Desafio

O presidente da Petrobras disse que a indústria de energia enfrenta hoje um desafio que está relacionado às mudanças na sociedade e ao uso de combustíveis renováveis. Segundo ele, é possível que 100% dos estudos, até um ano atrás, mostrassem um pico de consumo de combustíveis depois 2040. Mas hoje a conjuntura mostra que pode ser antes.

"Ontem eu vi um estudo que dizia que o pico do consumo de combustíveis pode acontecer em 2025", relatou nesta manhã, em São Paulo, durante evento promovido pela revista Exame. A respeito dos combustíveis fósseis, ele reiterou que a indústria de óleo e gás está sob ataque pelo lado da oferta, com o shale gas.

O executivo afirmou ainda que o pré-sal é uma riqueza do País e que o problema foi a demora a empresa para explorá-lo.

Governança

O presidente da Petrobrás comentou também que houve avanços importantes na governança da empresa, mas que este é apenas no início de um processo."Ainda há muito para se fazer na Petrobras", disse, destacando que, na segunda-feira, a B3 aceitou a petroleira no Programa Destaque em Governança de Estatais.

Ainda de acordo com o executivo, antes os cargos de liderança na empresa eram escolhidos sem processo seletivo, ao passo que hoje há uma seleção transparente. "Nossos executivos são escolhidos com base na experiência e mérito", disse. "Antes não havia responsabilização estatutária para gerentes executivos. Não tenho dúvidas que isso contribuiu para problemas na Petrobras", acrescentou.

Parente lembrou também que as decisões passam por comitê estatutário de minoritários e que sempre necessitam de aprovação em duas instâncias.

Efeito financeiro

O presidente da Petrobras disse ainda que a empresa já progrediu muito em termos de governança corporativa, apesar de ainda haver mais a ser feito. Ele lembrou que, há um ano, apenas 6% dos analistas recomendavam compra de ações da Petrobras e, hoje, esse porcentual é de 75%. A respeito do avanço das finanças da empresa, o executivo lembrou que a margem Ebitda no último trimestre de 2016 foi superior a 30%, o que não seria um patamar ruim.

Parente também afirmou que a adesão ao selo de governança corporativa de estatais da B3, "sem dúvida", tem efeito financeiro positivo. "O aperfeiçoamento da governança contribui para que problemas do passado não se repitam."

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