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Premiê do Japão deixa US$700 milhões em créditos no Brasil

Empréstimo dado a Petrobras financiará a construção de oito cascos de navios-plataforma para o pré-sal para operar no litoral do Rio de Janeiro

Dilma e Shinzo Abe: Dilma ressaltou que investimento japonês no Brasil já chega a US$32 bi (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 18h35.

Brasília - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe , se reuniu nesta sexta-feira com a presidente Dilma Rousseff, no marco de uma visita em que deixou US$700 milhões em créditos japoneses para a agricultura e a indústria petrolífera brasileira.

Na presença de ambos os líderes, foi assinado um acordo para a concessão de um empréstimo de US$500 milhões do banco Mizuho a Petrobras, e outro crédito de US$200 milhões, com o qual um grupo de empresas japonesas financiará projetos agrícolas nas áreas da soja e do milho.

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O empréstimo dado a Petrobras financiará a construção de oito cascos de navios-plataforma para o pré-sal para operar no litoral do Rio de Janeiro.

Durante a visita também foram assinados acordos bilaterais para fortalecer a cooperação na área da indústria naval, que o Brasil começou a recuperar nos últimos anos.

Com esses acordos, o Japão oferecerá cooperação técnica ao Brasil na construção de três novos portos e também na formação de engenheiros navais brasileiros, por meio de intercâmbios entre as universidades de ambos os países.

Em um pronunciamento junto com Dilma Rousseff, Abe declarou que ambos os acordos refletem a vontade do Japão de estabelecer uma cooperação maior com o Brasil em "todas as áreas", incluindo a financeira, e destacou o interesse das companhias japonesas em investir no país.

"O Brasil apresenta grandes oportunidades de investimento em petróleo, gás e energia em geral", declarou o primeiro-ministro do Japão, que garantiu que "todas as empresas japonesas olham para o Brasil".

Dilma declarou que as portas estão abertas para o investimento japonês, e destacou que a parceria no âmbito empresarial pode ajudar a aumentar o fluxo comercial bilateral, que em 2013 somou US$15 bilhões.

Nesse ponto, a presidente reiterou seu pedido de que o Japão ponha fim ao embargo, mantido desde 2012, sobre a carne bovina processada no Paraná, devido a um caso de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como "mal da vaca louca", que acabou sendo considerado como "atípico".

Dilma ressaltou que o investimento japonês no Brasil já chega a US$32 bilhões, mas apontou que existem grandes oportunidades nas áreas de infraestruturas e ferrovias, nas quais o Japão ainda tem uma tímida presença no país.

A presidente explicou que, durante a reunião, também foram analisados diversos assuntos da agenda internacional e destacou, especialmente, o compromisso de Brasil e Japão com a reforma das Nações Unidas e do Conselho de Segurança desse organismo.

Brasil e Japão formam junto com Alemanha e Índia o chamado G4, que, segundo Dilma, "insiste e insistirá" na necessidade de que a ONU e o Conselho de Segurança "se ajustem à realidade mundial do século XXI".

Após o encontro a portas fechadas e a declaração conjunta, Dilma ofereceu um almoço ao primeiro-ministro japonês e sua comitiva, marcando o último ato da agenda oficial de Abe em Brasília.

Ainda hoje, o Abe viajará para São Paulo, cidade que abriga a maior comunidade japonesa no exterior, com cerca de 1,6 milhões pessoas.

Amanhã, ele se reunirá com representantes dessa comunidade, visitará um museu, um parque e participará de um seminário de negócios e em um evento sobre os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil e de 2020 no Japão.

Com sua visita a São Paulo, o primeiro-ministro do Japão termina sua viagem pela América Latina e o Caribe. Durante esta semana, ele passou por Chile, México, Colômbia, Peru e Trinidad e Tobago.

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