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Premiê da Grécia reforça posição contra resgate

O premiê grego pediu aos cidadãos que rejeitem o resgate internacional, destruindo qualquer perspectiva de reparar as relações com os parceiros da UE

Alexis Tsipras, premiê da Grécia: "um voto pelo 'não' é um passo decisivo na direção de um acordo melhor que pretendemos assinar logo depois do resultado de domingo" (REUTERS/Paul Hanna)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 20h47.

Atenas/Bruxelas - O primeiro-ministro Alexis Tsipras pediu aos gregos nesta quarta-feira que rejeitem o resgate internacional, destruindo qualquer perspectiva de reparar as relações com os parceiros da União Europeia antes do referendo no domingo, que pode decidir o futuro da Grécia na Europa .

Menos de 24 horas após escrever a credores pedindo por um novo resgate e dizendo que aceitaria muitas de suas condições, Tsipras abruptamente voltou ao modo combativo em discurso televisionado. A Grécia estava sendo "chantageada", disse ele, descartando rumores de que poderia adiar ou cancelar a votação ou pedir que os gregos votassem pelo "sim".

Um dia após a Grécia se tornar a primeira economia avançada a dar calote no Fundo Monetário Internacional (FMI), longas filas em caixas eletrônicos simbolizam a pressão sobre Tsipras, que chegou ao poder em janeiro prometendo acabar com a austeridade e proteger os pobres.

"Um voto pelo 'não' é um passo decisivo na direção de um acordo melhor que pretendemos assinar logo depois do resultado de domingo", disse, rejeitando repetidos alertas de parceiros europeus de que o referendo será efetivamente um voto sobre se a Grécia permanece na zona do euro ou volta a usar o dracma.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou em um tuíte: "A Europa quer ajudar a Grécia. Mas não pode ajudar ninguém contra sua própria vontade. Vamos aguardar os resultados do referendo grego".

Ministros das Finanças da zona do euro discutiram o pedido grego em teleconferência, mas afirmaram que não haveria mais discussões até após a votação de domingo.

"Nós vamos voltar ao seu pedido por apoio de estabilidade financeira do ESM (Mecanismo de Estabilidade Europeia, na sigla em inglês) apenas depois e com base no resultado do referendo", escreveu o presidente do grupo de ministros de Finanças da zona do euro, Jeroen Dijsselbloem, ao premiê grego, Alexis Tsipras.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse à Reuters em uma entrevista que gostaria de ver reformas antes de abrir as discussões sobre novo pacote de dívida.

Em sua carta aos credores na noite anterior, vista pela Reuters, Tsipras concordou em aceitar a maioria das exigências para impostos e cortes de aposentadorias, e pediu um empréstimo de 29 bilhões de euros para cobrir todos os pagamentos de serviço de dívida que vencem nos próximos dois anos.

Entretanto, mesmo que as negociações sejam retomadas após o referendo, a Alemanha e outros deixaram claro que qualquer conversa sobre o um novo programa teria que começar do zero, com diferentes condições.

Texto atualizado às 20h47

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Atenas/Bruxelas - O primeiro-ministro Alexis Tsipras pediu aos gregos nesta quarta-feira que rejeitem o resgate internacional, destruindo qualquer perspectiva de reparar as relações com os parceiros da União Europeia antes do referendo no domingo, que pode decidir o futuro da Grécia na Europa .

Menos de 24 horas após escrever a credores pedindo por um novo resgate e dizendo que aceitaria muitas de suas condições, Tsipras abruptamente voltou ao modo combativo em discurso televisionado. A Grécia estava sendo "chantageada", disse ele, descartando rumores de que poderia adiar ou cancelar a votação ou pedir que os gregos votassem pelo "sim".

Um dia após a Grécia se tornar a primeira economia avançada a dar calote no Fundo Monetário Internacional (FMI), longas filas em caixas eletrônicos simbolizam a pressão sobre Tsipras, que chegou ao poder em janeiro prometendo acabar com a austeridade e proteger os pobres.

"Um voto pelo 'não' é um passo decisivo na direção de um acordo melhor que pretendemos assinar logo depois do resultado de domingo", disse, rejeitando repetidos alertas de parceiros europeus de que o referendo será efetivamente um voto sobre se a Grécia permanece na zona do euro ou volta a usar o dracma.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou em um tuíte: "A Europa quer ajudar a Grécia. Mas não pode ajudar ninguém contra sua própria vontade. Vamos aguardar os resultados do referendo grego".

Ministros das Finanças da zona do euro discutiram o pedido grego em teleconferência, mas afirmaram que não haveria mais discussões até após a votação de domingo.

"Nós vamos voltar ao seu pedido por apoio de estabilidade financeira do ESM (Mecanismo de Estabilidade Europeia, na sigla em inglês) apenas depois e com base no resultado do referendo", escreveu o presidente do grupo de ministros de Finanças da zona do euro, Jeroen Dijsselbloem, ao premiê grego, Alexis Tsipras.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse à Reuters em uma entrevista que gostaria de ver reformas antes de abrir as discussões sobre novo pacote de dívida.

Em sua carta aos credores na noite anterior, vista pela Reuters, Tsipras concordou em aceitar a maioria das exigências para impostos e cortes de aposentadorias, e pediu um empréstimo de 29 bilhões de euros para cobrir todos os pagamentos de serviço de dívida que vencem nos próximos dois anos.

Entretanto, mesmo que as negociações sejam retomadas após o referendo, a Alemanha e outros deixaram claro que qualquer conversa sobre o um novo programa teria que começar do zero, com diferentes condições.

Texto atualizado às 20h47

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